Duração da Manobra de Valsalva durante o período expulsivo do parto: repercussões maternas e nas condições neonatais de nascimento

Revista Brasileira De Fisioterapia

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Editor Chefe: 11
Início Publicação: 29/02/1996
Periodicidade: Bimestral

Duração da Manobra de Valsalva durante o período expulsivo do parto: repercussões maternas e nas condições neonatais de nascimento

Ano: 2011 | Volume: 15 | Número: 1
Autores: Andrea Lemos, Elizabeth Dean, Armèle Dornelas de Andrade
Autor Correspondente: Andrea Lemos | [email protected]

Palavras-chave: manobra de valsalva, puxo, parto, cordão umbilical

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivos: O presente estudo de corte transversal teve como objetivo avaliar os efeitos da Manobra de Valsalva (MV) e sua duração
no equilíbrio ácido-básico fetal e nas repercussões maternas durante o período expulsivo do parto, após instrução respiratória
padronizada. Métodos: Uma amostra de conveniência em gestantes de baixo risco (n=33, média de idade 22,5±3.7 anos e idade
gestacional 38.1±1.12 semanas) e seus neonatos foi avaliada durante o período expulsivo do parto vaginal. O treinamento consistiu
em recomendações padronizadas para respiração, incluindo MV prolongadas associadas ao puxo. Os desfechos maternos incluíram
o uso da manobra de pressão para o fundo do útero, episiotomia, trauma perineal e postura. Os desfechos neonatais incluíram análise
dos gases sanguíneos do cordão umbilical e valores de Apgar. Os dados foram analisados por meio do teste exato de Fisher, teste
qui-quadrado e Coeficiente de Correlação de Pearson. Resultados: Nenhum dos desfechos maternos foi associado com a duração
da MV. No entanto, em relação aos desfechos neonatais, o aumento da duração da MV foi associado com redução do pH venoso
umbilical (r=-0,40; p=0,020) e excesso de base (r=-0.42; p=0.014) e com o excesso de base arterial (r=-0,36; p=0,043). O tempo
do período expulsivo do parto foi negativamente associado com o pH venoso e arterial. Conclusões: A duração da MV durante esse
período do parto interfere negativamente no equilíbrio ácido-básico fetal e potencialmente no bem-estar do neonato. Esses resultados
fornecem suporte para a necessidade de os fisioterapeutas considerarem estratégias de orientações respiratórias para o puxo durante
o trabalho de parto para minimizar potenciais riscos para a mãe e o neonato.



Resumo Inglês:

Objectives: This cross-sectional study was designed to examine the effects of the Valsalva Maneuver (VM) and its duration on the acidbase
equilibrium of the neonate and its maternal repercussions during the expulsive stage of labor, after standard breathing and pushing
instructions were given. Methods: A convenience sample of women with low risk pregnancy (n=33; mean age 22.5±3.7y and gestational
age 38.1±1.12wks) and their newborns were studied during the expulsive stage of vaginal labor. Coaching consisted of standard
recommendations for breathing including prolonged VMs coordinated with pushing. Maternal outcomes included the need for uterus
fundal pressure maneuver and episiotomy, perineal trauma and posture. Neonatal outcomes included blood gases sampled from the
umbilical cord, and Apgar scores. Data were analyzed with the Fisher´s exact test, chi-square test, and Pearson correlation coefficient.
Results: None of the maternal outcomes were associated with VM duration. With respect to neonatal outcomes, increased VM duration was
associated with reduced venous umbilical pH (r=-0.40; p=0.020), venous base excess (r=-0.42; p=0.014) and with arterial base excess
(r=-0.36; p=0.043). Expulsive stage time was negatively associated with umbilical venous and arterial pH. Conclusions: VM duration
during fetal expulsion in labor negatively affects fetal acid-base equilibrium and potentially the wellbeing of the neonate. Our results
support the need to consider respiratory strategies during labor, to minimize potential risk to the mother and neonate.