É comum que a realimentação precoce após cirurgias do trato gastrointestinal ocorra somente após a
resolução do Ãleo pós-operatório. A nutrição enteral precoce tem demonstrado vantagens como recuperação mais rápida da
motilidade gastrointestinal, menor tempo de permanência hospitalar e melhor balanço nitrogenado. Objetiva-se demonstrar
que a alimentação precoce proporciona essas vantagens, além de ser tolerável. Os pacientes submetidos a cirurgias do trato
digestório alto foram distribuÃdos aleatoriamente em dois grupos: o controle com inÃcio da dieta por via oral a partir de
72H após a cirurgia, e o estudo com introdução de dieta enteral via cateter nasojejunal 24H após a cirurgia. Foram
coletados: diâmetro abdominal, aspecto do abdome, ruÃdos hidroaéreos intestinais, eliminação de flatos e fezes, presença
ou ausência de regurgitação, diarréia, dor abdominal, náuseas e/ou vômitos diariamente. No quarto dia de pós-operatório
foi calculado o balanço nitrogenado em todos os pacientes. A data de alta hospitalar dos pacientes foi também registrada.
Os pacientes do grupo estudo (8) e controle (8) não apresentaram diferenças quanto ao tempo de permanência hospitalar,
tempo de recuperação do Ãleo pós-operatório e tolerância à dieta. O balanço nitrogenado foi estatisticamente significativo
(p<0,000) e melhor no grupo controle. A introdução precoce de dieta após cirurgias do trato digestório alto é tolerável e
permite um melhor balanço nitrogenado.
In general, feeding after a gastrointestinal surgery should only occur after resolution of the postoperative
ileus. However, early enteral feeding has shown such advantages (i) as faster recovery of the gastrointestinal
motility, (ii) a shorter hospital stay and (iii) a better nitrogen balance. Our aim is to demonstrate that early feeding does
provide these advantages and is also tolerable. The patients submitted to surgeries of the upper digestive tract were
randomly distributed in two groups: the control group, with oral feeding 72h after surgery, and the test group with enteral
feeding through a nasojejunal catheter 24h after surgery. The following were assessed: abdominal diameter, abdominal
aspect, bowel sounds, flatulence and stools elimination, presence or absence of reflux, diarrhoea, abdominal pain, nauseas
and/or vomits, all of which on a daily basis. On the fourth post-operative day, the nitrogen balance was assessed for all
patients. The date of discharge from hospital was also recorded. Patients in both the test group and the control group did
not show any difference as to the period of hospital stay, recovery time of post-operative ileus and diet tolerance. The
nitrogen balance was statistically significant (p<0.000) and better in the test group. Early enteral feeding after surgeries of
the upper digestive tract is tolerable and enables a better nitrogen balance.