O presente artigo visa discutir acerca das questões ligadas ao meio ambiente. Questões essas que se impõem a partir do processo de transformação do espaço-local, fruto de esferas de poder mais amplas que organizam o espaço-mundo. Trataremos da crise ambiental, em um âmbito geral, e de um estudo de caso da Agenda 21 do Complexo PetroquÃmico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) em particular. A Eco-92 realizada no Rio de Janeiro consagrou o desenvolvimento sustentável e construiu a Agenda 21, um programa de ação que incentiva soluções locais para a conservação do meio e o desenvolvimento econômico. A Petrobrás utiliza-se desse sistema de modo a garantir legitimidade ao gigantesco empreendimento orçado inicialmente em 8,4 bilhões de dólares e que prevê impactos sócio-ambientais de dimensões diretamente proporcionais. A geografia que se desenha para a região nos próximos anos merece um olhar mais atento que analise os conflitos ambientais que se estabelecem. Para isso esse trabalho entrevistou lÃderes de associações, de comunidades e de movimentos sociais organizados do municÃpio de São Gonçalo que participam ativamente das reuniões da Agenda 21 Comperj, ouvindo suas crÃticas, reivindicações e contribuições para o projeto. O artigo vem contribuir, primeiro, com um esforço reflexivo para perspectivas mais ecológicas ao tentar, através da filosofia da ciência, mostrar a insuficiência do paradigma tradicional em responder aos problemas ambientais atuais. Posteriormente objetiva, a partir dos depoimentos dos diversos atores envolvidos, cooperar com uma visão de meio ambiente mais inteligÃvel, onde a sociedade civil possa participar efetivamente da elaboração de polÃticas públicas mais eficientes e democráticas a fim de construir uma sociedade mais justa.