A língua foi associada a ecologia pela primeira vez por Carl e Florence Voegelin (VOEGELIN,1964) e por Einar Haugen (1972), um estudioso norte-americano de origem norueguesa. A comparação que Haugen fez entre diversidade biológica e diversidade linguística e a interação entre línguas ainda são tópicos de pesquisa ecolinguística. No entanto, quando Michael Halliday pronunciou sua conferência “New Ways of Meaning: The Challenge to Applied Linguistics” em 1990, abriu-se uma nova área de pesquisa com tópicos como o papel da língua para o meio ambiente (biológico), o discurso sobre a mudança climática, o “crescimentismo” e o uso de animais pelos humanos. Este artigo tratará do modo como “língua e ecologia” (agora chamada ‘ecolinguística’) se enraizou em muitos países, entre eles Dinamarca, Alemanha, Áustria, Austrália e Brasil, onde um pesquisador da Universidade de Brasília adotou ideias ecolinguísticas e as levou um pouco mais adiante (COUTO, 2007). Este fundador da ecolinguística brasileira foi o idealizador do que veio a ser uma plataforma para a ecolinguística na internet, agora dirigida por Arran Stibbe, sob o nome de “The International Ecolinguistics Association”. Abordagens recentes à ecologia da língua têm sido conhecidas como “Linguística Ecossistêmica”, “Análise do Discurso Positiva” e estudos de ‘greenwashing’ em propagandas. Parece adequado falar-se em um “desenvolvimento evolucionário” da ecolinguística no século XXI. Essa evolução da ecolinguística incluirá também discursos relacionados com imagens e o papel do discurso ecológico na internet. No futuro próximo, veremos ecolinguistas trabalhando com a ecolinguística em um metanível, indagando como a ecolinguística se tornará uma ciência para fomentar a paz pela língua – tópico que outro pesquisador brasileiro adotou (MATOS, 2017).
Palavras-chave: Ecologia. Ecossistema. Diversidade. Crescimentismo. Evolução. Ecolinguística brasileira. Multimodalidade. Meta-nível. Idade de Ouro. Paz.