O presente trabalho mostra os principais problemas enfrentados por empreendimentos de economia solidária quando entram no mercado e precisam concorrer com outras empresas. No sistema capitalista predominam empresas privadas e estas, ao enfrentarem concorrência, precisam reduzir preços e custos, ou ainda encontrar meios para eliminar a concorrência e manter-se ou estabelecer-se como monopolista. Tendem, então, a concentrar e aumentar a composição orgânica do capital, de modo que a produtividade aumenta e pode-se, então, dispensar trabalhadores. E os empreendimentos de economia solidária, como poderão comportar-se diante dessa situação? Essas cooperativas, associações e empresas autogestionárias, pautadas em princÃpios de associação livre e voluntária por parte dos trabalhadores, gestão coletiva das decisões e dos resultados e propriedade coletiva dos meios de produção, geralmente sofrem de crônica falta de recursos, além da dificuldade de acesso ao crédito. Isso faz com que tais empreendimentos iniciem suas atividades com desvantagem em relação aos demais, e a mortalidade dessas empresas parece inevitável. Porém, se esses empreendimentos conseguem superar a falta de recursos, como poderão aumentar produtividade e reduzir custos sem que para isso seja necessário dispensar trabalhadores? Necessita-se saber, portanto, se cooperativas conseguem sustentarse como tais, mantendo seus princÃpios e sua forma de gestão dentro do capitalismo, inovar tecnologia e conseguir concorrer com outras empresas sem que os princÃpios cooperativistas sejam feridos.