Grande mola dos acontecimentos, o Poder, em seus mais variados aspectos (polÃtico, religioso,
cultural, etc.), quase sempre buscou submeter os homens a seus ditames. Gerindo vidas, ele controlou,
coagiu e oprimiu as ações humanas ao longo da História. Pretendeu a tudo julgar. Ao seu lado, como já
enfatizado por Norbert Elias, o Estado surgiu e se consolidou como o responsável pela organização e
controle social. Totalitário, também ele buscou impor regras. Todavia, ainda que sob um alto custo, as
normas podem ser burladas. Frequentemente, e cada vez mais, os homens rebelam-se. Tornam-se
transgressores, infratores, marginais. O número da Revista Tempo, Espaço e Linguagem que ora
publicamos tem o propósito de refletir acerca dessas relações conflituosas. O tema de seu dossiê,
Poder, Estado e Marginalidade, privilegia temas caros aos historiadores e foi edificado sobre novos
paradigmas e múltiplos horizontes historiográficos.