No final dos anos 1990, eu tinha um sonho: estudar
numa instituição federal de ensino. No caso, na UFMG. No
ambiente do cursinho, estudantes batalhavam sete dias por
semana almejando a
sonhada
matr
ícula
. Naquele tempo,
as
vagas eram
restritas, existiam poucas oportunidades
transformadoras e
ninguém
queria ficar de fora. Parecia
existir um consenso interessante:
a universidade pública
era
p
arte do Brasil que
dava c
erto
.
Nos últimos 20 anos,
q
uantos avanços importantes vivenciamos nas universidades
p
úblicas. Podemos citar a ampliação de vagas, a expansão
para lugares distantes dos gr
andes centros e o aumento do
acesso por parte dos estudantes de escolas públicas. Em
pesquisa recente, descobrimos que 80% dos estudantes da
UFVJM,
univ
ersidade
localizada numa das regiões mais
carentes do país, o Vale do Jequitinhonha, vieram das escolas
públicas.
No entanto, apesar dessas informações animadoras, os
últimos anos têm sido difíceis para o ensino superior no
Brasil.
No discurso
geral
, a universidade pública virou
“
o
problema
”
do país
,
ao invés de
inst
rumento para a
promoção do desenvolvimento e da inclusão social.
Os
professores são desprestigi
ados dia após dia
,
o ambiente de
trabalho tem sido deteriorado,
as instituições de fomento à
pesq
uisa e inovação estão quebradas e
a assistência estudantil
não é su
ficiente. Nesse contexto, as
jovens
universidades
menos consolidadas
, sofrem consequências ainda mais
perversas, sobretudo àquel
as que possuem li
deranças com
pauta dissonante dos anseios da
comunidade acadêmica.
Projetos como a Revist
a Espin
haço, que prezam pela
promoção da ciência e
pela
elaboração de trabalhos com
impacto regional
, me p
arecem um alento.
Como so
breviver a esse caos? No meu p
onto de vista
,
um
dos possíveis
diagnóstico
s
é geográfico: crise de escala. É
isso mesmo! Estamos vivendo uma crise de escala.
Despejamos toda a nossa energia e saú
de em problemas
nacionais e prestamos pouca atenção no universo de
possib
i
lida
des que existem em nosso entorno.
S
o
mos
distraídos
e
consumidos com notícias de todo o tipo so
bre
o
que
acontec
e em Brasília
, muitas delas ultrapas
sando as
fronteira
s do absurdo. Re
orientar
nossa atenção profissional
e
equilibrar
o
nosso espírito cidadão
são fundamen
tais para a
nossa saúde mental. Vigilantes sempre! Alienados aos
problemas da
s
nossa
s
comu
nidade
s
, jamais!
No final dos anos 1990, eu tinha um sonho: estudar
numa instituição federal de ensino. No caso, na UFMG. No
ambiente do cursinho, estudantes batalhavam sete dias por
semana almejando a
sonhada
matr
ícula
. Naquele tempo,
as
vagas eram
restritas, existiam poucas oportunidades
transformadoras e
ninguém
queria ficar de fora. Parecia
existir um consenso interessante:
a universidade pública
era
p
arte do Brasil que
dava c
erto
.
Nos últimos 20 anos,
q
uantos avanços importantes vivenciamos nas universidades
p
úblicas. Podemos citar a ampliação de vagas, a expansão
para lugares distantes dos gr
andes centros e o aumento do
acesso por parte dos estudantes de escolas públicas. Em
pesquisa recente, descobrimos que 80% dos estudantes da
UFVJM,
univ
ersidade
localizada numa das regiões mais
carentes do país, o Vale do Jequitinhonha, vieram das escolas
públicas.
No entanto, apesar dessas informações animadoras, os
últimos anos têm sido difíceis para o ensino superior no
Brasil.
No discurso
geral
, a universidade pública virou
“
o
problema
”
do país
,
ao invés de
inst
rumento para a
promoção do desenvolvimento e da inclusão social.
Os
professores são desprestigi
ados dia após dia
,
o ambiente de
trabalho tem sido deteriorado,
as instituições de fomento à
pesq
uisa e inovação estão quebradas e
a assistência estudantil
não é su
ficiente. Nesse contexto, as
jovens
universidades
menos consolidadas
, sofrem consequências ainda mais
perversas, sobretudo àquel
as que possuem li
deranças com
pauta dissonante dos anseios da
comunidade acadêmica.
Projetos como a Revist
a Espin
haço, que prezam pela
promoção da ciência e
pela
elaboração de trabalhos com
impacto regional
, me p
arecem um alento.
Como so
breviver a esse caos? No meu p
onto de vista
,
um
dos possíveis
diagnóstico
s
é geográfico: crise de escala. É
isso mesmo! Estamos vivendo uma crise de escala.
Despejamos toda a nossa energia e saú
de em problemas
nacionais e prestamos pouca atenção no universo de
possib
i
lida
des que existem em nosso entorno.
S
o
mos
distraídos
e
consumidos com notícias de todo o tipo so
bre
o
que
acontec
e em Brasília
, muitas delas ultrapas
sando as
fronteira
s do absurdo. Re
orientar
nossa atenção profissional
e
equilibrar
o
nosso espírito cidadão
são fundamen
tais para a
nossa saúde mental. Vigilantes sempre! Alienados aos
problemas da
s
nossa
s
comu
nidade
s
, jamais!