Editorial Revista Espinhaço

Revista Espinhaço

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Site: http://www.revistaespinhaco.com
Telefone: (31) 9972-1002
ISSN: 2317-0611
Editor Chefe: Douglas Sathler
Início Publicação: 31/07/2012
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Geografia, Área de Estudo: Multidisciplinar

Editorial Revista Espinhaço

Ano: 2019 | Volume: 8 | Número: 2
Autores: D. Sathler
Autor Correspondente: D. Sathler | [email protected]

Palavras-chave: Editorial

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No final dos anos 1990, eu tinha um sonho: estudar

numa instituição federal de ensino. No caso, na UFMG. No

ambiente do cursinho, estudantes batalhavam sete dias por

semana almejando a

sonhada

matr

ícula

. Naquele tempo,

as

vagas eram

restritas, existiam poucas oportunidades

transformadoras e

ninguém

queria ficar de fora. Parecia

existir um consenso interessante:

a universidade pública

era

p

arte do Brasil que

dava c

erto

.

Nos últimos 20 anos,

q

uantos avanços importantes vivenciamos nas universidades

p

úblicas. Podemos citar a ampliação de vagas, a expansão

para lugares distantes dos gr

andes centros e o aumento do

acesso por parte dos estudantes de escolas públicas. Em

pesquisa recente, descobrimos que 80% dos estudantes da

UFVJM,

univ

ersidade

localizada numa das regiões mais

carentes do país, o Vale do Jequitinhonha, vieram das escolas

públicas.

No entanto, apesar dessas informações animadoras, os

últimos anos têm sido difíceis para o ensino superior no

Brasil.

No discurso

geral

, a universidade pública virou

o

problema

do país

,

ao invés de

inst

rumento para a

promoção do desenvolvimento e da inclusão social.

Os

professores são desprestigi

ados dia após dia

,

o ambiente de

trabalho tem sido deteriorado,

as instituições de fomento à

pesq

uisa e inovação estão quebradas e

a assistência estudantil

não é su

ficiente. Nesse contexto, as

jovens

universidades

menos consolidadas

, sofrem consequências ainda mais

perversas, sobretudo àquel

as que possuem li

deranças com

pauta dissonante dos anseios da

comunidade acadêmica.

Projetos como a Revist

a Espin

haço, que prezam pela

promoção da ciência e

pela

elaboração de trabalhos com

impacto regional

, me p

arecem um alento.

Como so

breviver a esse caos? No meu p

onto de vista

,

um

dos possíveis

diagnóstico

s

é geográfico: crise de escala. É

isso mesmo! Estamos vivendo uma crise de escala.

Despejamos toda a nossa energia e saú

de em problemas

nacionais e prestamos pouca atenção no universo de

possib

i

lida

des que existem em nosso entorno.

S

o

mos

distraídos

e

consumidos com notícias de todo o tipo so

bre

o

que

acontec

e em Brasília

, muitas delas ultrapas

sando as

fronteira

s do absurdo. Re

orientar

nossa atenção profissional

e

equilibrar

o

nosso espírito cidadão

são fundamen

tais para a

nossa saúde mental. Vigilantes sempre! Alienados aos

problemas da

s

nossa

s

comu

nidade

s

, jamais!



Resumo Inglês:

No final dos anos 1990, eu tinha um sonho: estudar

numa instituição federal de ensino. No caso, na UFMG. No

ambiente do cursinho, estudantes batalhavam sete dias por

semana almejando a

sonhada

matr

ícula

. Naquele tempo,

as

vagas eram

restritas, existiam poucas oportunidades

transformadoras e

ninguém

queria ficar de fora. Parecia

existir um consenso interessante:

a universidade pública

era

p

arte do Brasil que

dava c

erto

.

Nos últimos 20 anos,

q

uantos avanços importantes vivenciamos nas universidades

p

úblicas. Podemos citar a ampliação de vagas, a expansão

para lugares distantes dos gr

andes centros e o aumento do

acesso por parte dos estudantes de escolas públicas. Em

pesquisa recente, descobrimos que 80% dos estudantes da

UFVJM,

univ

ersidade

localizada numa das regiões mais

carentes do país, o Vale do Jequitinhonha, vieram das escolas

públicas.

No entanto, apesar dessas informações animadoras, os

últimos anos têm sido difíceis para o ensino superior no

Brasil.

No discurso

geral

, a universidade pública virou

o

problema

do país

,

ao invés de

inst

rumento para a

promoção do desenvolvimento e da inclusão social.

Os

professores são desprestigi

ados dia após dia

,

o ambiente de

trabalho tem sido deteriorado,

as instituições de fomento à

pesq

uisa e inovação estão quebradas e

a assistência estudantil

não é su

ficiente. Nesse contexto, as

jovens

universidades

menos consolidadas

, sofrem consequências ainda mais

perversas, sobretudo àquel

as que possuem li

deranças com

pauta dissonante dos anseios da

comunidade acadêmica.

Projetos como a Revist

a Espin

haço, que prezam pela

promoção da ciência e

pela

elaboração de trabalhos com

impacto regional

, me p

arecem um alento.

Como so

breviver a esse caos? No meu p

onto de vista

,

um

dos possíveis

diagnóstico

s

é geográfico: crise de escala. É

isso mesmo! Estamos vivendo uma crise de escala.

Despejamos toda a nossa energia e saú

de em problemas

nacionais e prestamos pouca atenção no universo de

possib

i

lida

des que existem em nosso entorno.

S

o

mos

distraídos

e

consumidos com notícias de todo o tipo so

bre

o

que

acontec

e em Brasília

, muitas delas ultrapas

sando as

fronteira

s do absurdo. Re

orientar

nossa atenção profissional

e

equilibrar

o

nosso espírito cidadão

são fundamen

tais para a

nossa saúde mental. Vigilantes sempre! Alienados aos

problemas da

s

nossa

s

comu

nidade

s

, jamais!