A questão ambiental vem sendo discutida amplamente, pois
sabe-se que vivenciamos uma crise sistêmica. Segundo LAGO
(1984) é necessário, levando-se em conta o conjunto dos fatores
ecológicos e sociais, definir que tipo de crescimento é socialmente
desejável e ecologicamente sustentável. Assim, a
educação ambiental (EA) surge como estratégia possível para o
enfrentamento da crise civilizatória de dupla ordem, cultural e
social (SORRENTINO, 2005). O projeto “Unidade de Conservação
da Serra da Jiboia: Uma estratégia para conservação no extremo
norte do Corredor Central da Mata Atlântica” financiado
pelo Tropical Forest ConservationAct (TFCA) através do Fundo
Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), executado pelo Grupo
Ambientalista da Bahia com parceria da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia (UFRB), tem como objetivo realizar estudos para fundamentar a possível criação de uma ou mais Unidades de Conservação que protejam a área de remanescente florestal, no recôncavo sul baiano. Entendendo que o indivíduo somente é motivado a participar quando se identifica com a questão ambiental (TÓRO-TONISSI, 2005), o projeto criou um espaço para que a participação ocorra e seja legítima, seguindo os modelos usados em UCs. Foram os seguintes passos: a) Criação de um conselho gestor (CG) do projeto mobilizando organizações da sociedade civil, setor privado e setor público dos cinco Municípios do entorno da Serra da Jiboia e universidades, b) Criação e aprovação do Regimento Interno do CG e c) Criação de Grupos de Trabalho (GTs) para disseminação das informações do projeto. Foram formados 6GTs, um em cada município e um das universidades. Através da mobilização social realizada, pode-se dizer que existe uma rede de proteção da Serra. Isso resulta em fato positivo para uma futura criação de UCs na área. Acreditamos ser esse nosso maior ganho no processo desse projeto: a possibilidade de construir um espaço participativo de construção da cidadania ecológica.