A EDUCAÇÃO DE GÊNERO A PARTIR DA METODOLOGIA PEDAGÓGICA DO ‘EDUCAR PARA O NUNCA MAIS'
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A EDUCAÇÃO DE GÊNERO A PARTIR DA METODOLOGIA PEDAGÓGICA DO ‘EDUCAR PARA O NUNCA MAIS'
Autor Correspondente: SILVIA TURRA GRECHINSKI | [email protected]
Palavras-chave: direitos humanos, educação, gênero, memória pedagogia
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Da mudança paradigmática da concepção de gênero surge a necessidade urgente da reeducação para a disseminação e consonância do novo entendimento a respeito da sexualidade e suas tangentes. Os estudos pedagógico-epistemológicos apontam que a melhor fase da vida para impedir o surgimento de pré-conceitos e ponderar para esboçar princípios é a infância, sendo, portanto, a Escola incumbida deste dever. Para isso, é preciso ultrapassar as barreiras da controvérsia da família e da política quanto à aplicação do currículo do ensino sexual nos colégios, da dificuldade de se aceitar esse novo modelo não-heteronormativo, com alicerce na teoria queer de Judith Butler, e da censura das discussões em torno da sexualidade para crianças, pensando sexualidade em uma perspectiva foucaultiana. O presente artigo se direciona para a apresentação de uma hipótese de implementação concreta dos valores de gênero no ambiente escolar. Supõe-se que uma mera apresentação de conceitos – identidade e papéis de gênero, lugar do corpo na identidade sexual, identidades psicossexuais – seja demasiado superficial; importando, além da explanação dos valores contemporâneos de gênero, o entendimento filosófico-sociológico do porquê de se colocar em pauta o assunto. Assim, apresenta-se uma hipótese de estratégia metodológica inédita do ensino de gênero nas escolas a partir do modelo educar para el nunca más – usado pedagogicamente nas ciências humanas para lecionar assuntos como ditadura, o holocausto e a escravidão sob a égide dos direitos fundamentais -, com intuito de resgatar a memória histórica da violência de gênero, apontando os grupos tradicionalmente perseguidos, configurando-se até hoje como minorias; romper com a cultura do silêncio tanto da sexualidade, quanto da percepção fática das agressões sofridas pelos grupos LGBT; e, a partir dessa historicidade da memória crítica na educação, construir um mundo mais igualitário e com cidadania para todas as categorias de gênero.