Desde o início deste trabalho, meu objetivo é refletir sobre como as tecnologias digitais têm influenciado a educação infantil. Em vez de reforçar apenas os pontos negativos, procuro lançar um olhar mais equilibrado, reconhecendo também os avanços que esse processo tem trazido. É verdade que muita gente ainda vê a presença da tecnologia na infância com desconfiança, mas, na prática, temos observado mudanças significativas nas formas de ensinar e aprender. O uso de ferramentas como aplicativos educativos, quando bem aplicadas dentro de propostas pedagógicas consistentes, tem deixado o aprendizado mais interessante, mais próximo da realidade das crianças e, muitas vezes, mais acessível para todos. Outro aspecto relevante é o papel da digitalização no acesso ao conhecimento. Em muitos contextos, a tecnologia tem sido uma ponte para a inclusão, permitindo que mais crianças tenham acesso a conteúdos educativos e desenvolvam habilidades essenciais para o mundo em que vivemos, cada vez mais conectado. No entanto, é preciso estar atento aos excessos. Quando o tempo diante das telas se prolonga demais, surgem sinais de alerta: dificuldades de concentração, alterações no sono, lapsos de memória. Há também relatos frequentes de ansiedade e estresse entre os pequenos. Esses efeitos não devem ser ignorados, e sim compreendidos com cuidado, para que possamos encontrar um equilíbrio saudável entre o digital e o real. Também é preocupante perceber como o tempo diante das telas tem, aos poucos, substituído momentos de brincadeiras ao ar livre e de convivência com outras crianças. Essas experiências, tão simples e ao mesmo tempo tão ricas, são fundamentais para o desenvolvimento motor e social. Correr, pular, se sujar, conversar e brincar com outras crianças são formas de aprender que nenhuma tecnologia pode substituir. Por isso, é essencial que o uso das ferramentas digitais seja feito com equilíbrio e acompanhamento. Cabe aos adultos — pais, mães, professores — estarem presentes, orientando e oferecendo alternativas que valorizem tanto o potencial da tecnologia quanto a importância do brincar e do conviver. O potencial da tecnologia quanto a importância do brincar e do conviver.