Educação em alternância: outras lógicas para a educação no campo

Revista de História e Historiografia da Educação

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ISSN: 2526-2378
Editor Chefe: Cláudio de Sá Machado Jr.
Início Publicação: 01/01/2017
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: História

Educação em alternância: outras lógicas para a educação no campo

Ano: 2018 | Volume: 2 | Número: 6
Autores: Simone da Silva Ribeiro, Darieli Daltrozo Ilha, Dileno Dustan Lucas de Souza
Autor Correspondente: Simone da Silva Ribeiro | [email protected]

Palavras-chave: Pedagogia da Alternância; Educação do Campo; História da Educação

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A trajetória da Educação do Campo no Brasil é marcada pelo descaso com aqueles que fizeram e fazem do campo seu espaço de vida e trabalho. A imagem histórica que personifica os camponeses os mostra como pessoas que vivem à margem, incultas, atrasadas, alheias à modernidade e que, portanto, necessitariam ser levadas a superar esta situação, sobretudo, através de processos educativos desconectados da realidades destes sujeitos. No entanto, eles não se sujeitaram ou se mantiveram passivos diante desta situação. Uma das estratégias educativas que foram forjadas pelos camponeses foi a Pedagogia da Alternância. Essa teve início na França em 1935 quando um jovem do campo problematizou a escola convencional que não atendia os anseios e as demandas de seu espaço de vida. Isso gerou um novo modelo de escola que atravessou fronteiras e chegou ao Brasil em 1969, começando pelo Espírito Santo e Bahia e depois estendendo-se para outros estados. Sua proposta baseia-se na interação de saberes nos espaços família – escola – comunidade, com foco na formação integral do jovem. Neste artigo nos propomos a refletir acerca das condições adversas que se impõem aos camponeses a partir das cinco lógicas de produzir a não existência (SANTOS, 2003), assim como os contrapontos para cada lógica que, neste artigo, estamos relacionando à Pedagogia da Alternância, que será aqui apresentada com seus princípios, pilares e instrumentos pedagógicos específicos visando a formação integral da juventude rural.



Resumo Inglês:

The trajectory of Rural Education in Brazil is marked by disregard for those who have made and make of the countryside their space of living and working. The historical image that personifies the peasants shows them as people who live on the fringe, uncultured, backward, unrelated to modernity and who, therefore, need to be led to overcome this situation, above all, through educational processes disconnected from the realities of these people. However, they did not submit themselves or remain passive in face of this situation. One of the educational strategies that were forged by peasants was the Interchange Pedagogy. This began in France in 1935 when a countryside young man problematized the conventional school that did not meet the desires and demands of his living space. This generated a new school model that crossed borders and arrived in Brazil in 1969, beginning with Espírito Santo and Bahia and then extending to other states. Its proposal is based on the interaction of knowledge in the family-school-community spaces, focusing on the integral formation of the young person. In this article we propose to reflect on the adverse conditions imposed on the peasants from the five logics of producing non-existence (SANTOS, 2003), as well as the counterpoints for each logic that, in this article, we are connecting it to the Interchange Pedagogy, which will be presented here with its principles, pillars and specific pedagogical instruments objectifying at the integral formation of rural youth.