Introdução: As equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) têm um papel primordial no enfrentamento das doenças crônicas e na busca de melhoria da qualidade de vida, pela transformação social. Objetivos: Este estudo qualitativo buscou analisar as percepções de profissionais da ESF, em um município nordestino, acerca da prática da educação em saúde direcionada aos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS); e apreender as concepções dos sujeitos sobre a importância da Educação Popular em Saúde e da formação de grupos de autocuidado para a promoção de saúde. Métodos: Foi realizado um estudo exploratório do tipo compreensivo-interpretativo, com a construção dos dados a partir de entrevistas abertas e análise temática de conteúdo. Resultados e discussão: Organizamos quatro categorias de análise: a percepção dos profissionais sobre a educação em saúde; as práticas de educação em saúde desenvolvidas para usuários hipertensos; os entraves para o desenvolvimento das ações de educação em saúde; e a formação de grupos de autocuidado para usuários hipertensos. Os achados apontaram que as ações educativas são desenvolvidas nos moldes tradicionalistas, utilizando largamente palestras como ferramenta pedagógica. Constatou-se a necessidade de estímulo ao empoderamento e protagonismo dos usuários, para exercitar uma postura ética, cidadã, motivadora para o controle social e a corresponsabilização. Considerações finais: Recomenda-se que as ações de educação em saúde, aliadas à formação de grupos de para autocuidado, sejam norteadas pelas diretrizes de uma prática pedagógica libertadora, enquanto estratégia para a construção de conhecimento socialmente relevante, ancorada na reflexão, dialogicidade e intervenção crítica em si e no mundo.