Este artigo revisita um problema de pesquisa investigado por ocasião da pesquisa de Mestrado levada a efeito entre os anos de 2003 e 2005 acerca das possibilidades de autonomia e os mecanismos de resistência encontrados, principalmente, nos prisioneiros que frequentavam a escola do cárcere. O referencial metodológico partiu de análises etnográficas que incluÃram observações de campo em oito penitenciárias em São Paulo que ofereciam a polÃtica de EJA, além de entrevistas semiestruturadas com os atores educacionais. Os estudiosos clássicos da prisão, como Foucault e Goffman, bem como da escola, como Barroso, Apple e Nóvoa, orientaram aqueles estudos. As conclusões indicaram, conforme as análises eram realizadas e os resultados surgiam, o quanto a escola no cárcere oferecia, mais que um ambiente “neutro†em relação aos demais locais de circulação de pessoas reclusas, uma arena profÃcua onde as relações de poder e dominação podem e devem ser debatidas, confrontadas e, quiçá, sublevadas.