A Psicologia Histórico-Cultural afirma a tese da experiência social como base da
formação humana e aponta a unidade afetivo-cognitiva como mediadora nas relações
do sujeito com o conhecimento no desenvolvimento das funções psicológicas. Este
artigo apresenta alguns elementos que apontam para a constituição dos processos
afetivos a partir das relações que o sujeito mantém com as objetivações humanas.
Parte da crÃtica ao pensamento organicista e subjetivista que, tanto na Psicologia
quanto na Educação, separa as emoções das demais funções no conjunto da
consciência humana – tratando-as como um impeditivo nos processos de ensino
e de aprendizagem escolar – e assinala a importância de se (re) pensar as relações
que o sujeito estabelece com a realidade, o papel do conhecimento e das condições
concretas de vida e de educação que produzem os processos afetivos. Defende
que pensamento e sentimento são processos psicológicos desenvolvidos a partir da
história de apropriação e objetivação de signos e instrumentos que cada sujeito
realiza, e afirma a educação escolar e o caráter intencional do trabalho docente – na
organização e condução da prática pedagógica – como elementos determinantes
na transformação dos modos de pensar e sentir.