As lÃnguas indÃgenas faladas em território brasileiro atravessam diferentes situações sociolinguÃsticas, que vão de um monolinguismo em lÃngua indÃgena a um bilinguismo gradual em que a lÃngua indÃgena vai se deslocando pela presença da lÃngua portuguesa. A este quadro somam-se os povos indÃgenas que só falam o Português. A diminuição do número de povos e lÃnguas indÃgenas, quadro conhecido como glotocÃdio, teve inÃcio com a colonização e, de certa forma, perdura até hoje, pelos mais variados motivos. O processo de contato resultou, portanto, em uma
gradativa perda das manifestações culturais caracterÃsticas e, em alguns casos, até da lÃngua indÃgena, o que ocasionou uma situação desastrosa de deslocamento linguÃstico, que, de certa forma, perdura como uma memória de sofrimento e a busca de superação de tal processo, especialmente, mas não exclusivamente, no nordeste brasileiro. Neste trabalho objetivamos discutir o papel das polÃticas linguÃsticas para a manutenção ou reavivamento linguÃsticos das lÃnguas indÃgenas no Brasil frente à s crescentes demandas de ensino escolar e as eventuais
migrações populacionais para as cidades do entorno das aldeias ou não e a consequente necessidade de polÃticas como um instrumento em favor da manutenção ou reavivamento da cultura e da lÃngua indÃgena, que, se bem planejadas, podem aumentar as expectativas positivas em relação ao ensino de lÃnguas e aos movimentos de cultura dessas sociedades, ao tempo em que acessam os conhecimentos produzidos pelos demais povos.