O presente trabalho tem como eixo a reflexão acerca da educação escolar
indÃgena no Brasil e os processos que configuraram a escola especÃfica e
diferenciada nas aldeias. Sendo a “escola para os Ãndios†a primeira
perspectiva instituÃda no Brasil, o texto visa analisar: a) a trajetória
histórica que constitui a escola indÃgena especÃfica e diferenciada; b) os
aspectos legais que pautam a educação escolar indÃgena no cenário
educacional brasileiro; c) a relação entre a escola e as cosmologias
indÃgenas; d) a escola como mediadora do contato entre as sociedades
indÃgenas e as sociedades não-indÃgenas. Articula esses itens a idéia de
apropriação, quando cada povo indianiza a escola, tornando-a sua. A
postura metodológica considera a etnografia como uma possibilidade para
evidenciar a potência do processo escolar, em que a escola na aldeia não
é recebida passivamente, mas transformada pela cosmologia do povo
indÃgena. As experiências de construção e vivência de escolas indÃgenas
dos povos Guarani (Rio Grande do Sul) e Mura (Amazonas) serão
referência para as reflexões pautadas.
The focus of this work is the reflection about indigenous school education
in Brazil, and the processes that shaped the specific and differentiated
school in the villages. As the “school for indian people" is the first
perspective instituted in Brazil, the text aims at analyzing: a) the
historical path that constitutes the specific and differentiated indigenous
school; b) the legal aspects guiding indigenous school education in the Brazilian educational scene; c) the relationship between the school and
indigenous cosmologies; d) the school as the mediator between
indigenous societies and non-indigenous societies. These items are
articulated by the concept of appropriation, when each community
indianizes the school, making it its own. The methodological attitude
considers ethnography as a possibility to show the power of this school
process, in which the school in the village is not passively received, but
transformed by the cosmology of indigenous people instead. The
experiences of constructing and living indigenous schools of Guarani (Rio
Grande do Sul) and Mura (Amazonas) peoples will be the reference for the
sketched reflections.