A educação inclusiva constitui um dos maiores desafios da contemporaneidade no campo educacional, pois exige a ruptura com práticas historicamente excludentes e a consolidação de um paradigma baseado na valorização da diversidade. Muito além da matrícula formal de estudantes com deficiência em escolas regulares, a inclusão implica a criação de condições reais para que esses sujeitos participem ativamente do processo de ensino-aprendizagem, garantindo não apenas acesso, mas também permanência, desenvolvimento e aprendizagem significativa. Este artigo, de natureza teórica, tem como objetivo discutir as concepções de inclusão, seus fundamentos legais e pedagógicos, os desafios enfrentados pelas escolas e as perspectivas para sua efetivação no Brasil. A metodologia utilizada consistiu em revisão bibliográfica de autores clássicos e contemporâneos, como Mantoan (2003), Mittler (2003), Vygotsky (1989), Paulo Freire (1996), Libâneo (2002), Gadotti (2000), Charlot (2000), Saviani (2008) e Skliar (2003), articulados à análise de legislações nacionais e internacionais, como a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), a Base Nacional Comum Curricular (2017) e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006). O estudo discute, em primeiro lugar, o processo histórico da inclusão escolar, evidenciando a passagem da exclusão para a segregação, integração e, finalmente, inclusão. Em seguida, apresenta os fundamentos teóricos que sustentam a perspectiva inclusiva, ressaltando a importância de compreender o estudante como sujeito histórico e social, capaz de aprender em interação com o meio. Posteriormente, analisa as políticas públicas brasileiras, seus avanços e limites, destacando a distância entre a legislação e a realidade escolar. Também são discutidos os principais desafios da prática pedagógica, como a formação docente, a falta de acessibilidade física e pedagógica, a carência de recursos tecnológicos e as barreiras atitudinais. Por fim, aponta-se para perspectivas de avanço, como a valorização docente, o uso de tecnologias assistivas, a flexibilização curricular e a construção de uma cultura escolar inclusiva. Conclui-se que a educação inclusiva, mais do que uma diretriz legal, é um projeto de sociedade que busca consolidar a democracia e a cidadania. Para que se torne realidade, exige compromisso político, investimentos estruturais e culturais, além da participação ativa de todos os sujeitos que compõem a comunidade escolar.