O texto apresenta alguns dilemas vividos por pesquisadores e gestores que investigam problemas e questões da área e propõem soluções “para”, “com” e “sobre” criança, infância e educação infantil. O trabalho busca mostrar que, em educação, o objeto da pesquisa é o objeto da ação e vice-versa. A dura realidade das escolas de educação infantil pulsa para além das pesquisas, dos projetos de formação e das políticas públicas, exigindo perguntas específicas que admitem apenas respostas específicas, sem a pretensão de universalizar teses e proposições. O texto propõe a discussão de três dilemas das pesquisas: 1) a produção de novos saberes; 2) a aproximação entre as pesquisas acadêmicas e a realidade das escolas de educação infantil; e 3) a relação entre pressupostos teóricos e procedimentos metodológicos. Para isso, utiliza-se da metáfora das cidades invisíveis de Ítalo Calvino e de uma perspectiva filosófica que sustenta uma visão dialética do pensamento e da ação. Como resultado, fica exposto um conjunto de reflexões que pode contribuir de alguma maneira para o enfrentamento de dilemas visíveis e invisíveis nas pesquisas sobre criança, infância e educação infantil.
The article presents some dilemmas experienced by researchers and managers who investigate problems and issues related to education as they propose solutions “for”, “with” and “about” children, infancy and childhood education. This work seeks to show that, in education, the object of the research is the object of the action and vice-versa. The harsh reality of elementary schools goes beyond the research, the training projects and public policies, thus demanding specific questions that require specific answers, without claiming to universalize theses and propositions. The text aims at discussing three research dilemmas: 1) the production of new knowledge; 2) the approximation between academic studies and the reality of elementary education schools; and 3) the relationship between theoretical assumptions and methodological procedures. To this end, Ítalo Calvino’s metaphor of the invisible cities is used as well as a philosophical perspective that sustains a dialectical view of thinking and action. As a result, the work shows a set of reflections that could somehow contribute towards confronting visible and invisible dilemmas in research on children, infancy and childhood education.