Candida albicans permanece como agente mais comum de candidíase em todo o mundo. Essa levedura é geralmente sensível à maioria dos antifúngicos, entretanto o surgimento de C. albicans resistentes aos azóis tem sido relatado. Além disso, esse microrganismo pode formar biofilmes em diversas superfícies, dificultando o tratamento das infecções. Neste estudo, avaliou-se o efeito de metabólitos secundários de Pseudomonas aeruginosa cepa LV em células planctônicas e sésseis de C. albicans, com diferentes genótipos e perfil de sensibilidade ao fluconazol e ao voriconazol. A concentração inibitória mínima (CIM) e concentração fungicida mínima (CFM) da fração semipurificada F4a variaram de 1,56 a 6,25 µg/mL e 6,25 a 25 µg/mL, respectivamente. Fluopsina C parece ser o componente antifúngico de F4a. A fração semipurificada e fluopsina C apresentaram atividade fungicida dose e tempo dependentes. F4a causou graves danos à morfologia e à ultraestrutura das células fúngicas planctônicas, e reduziu significativamente a viabilidade de biofilmes de 24 horas, com CIM para células sésseis de 12,5 a 25,0 µg/mL. Detectou-se, entretanto, citotoxicidade em células de mamíferos para F4a e fluopsina C em concentrações que apresentaram atividade antifúngica. Estes resultados indicam que a fluopsina C pode ser um protótipo para o desenvolvimento de novos antifúngicos para C. albicans.
Candida albicans remains the most common agent of candidiasis worldwide. This yeast is generally sensitive to most antifungals, however, the emergence of azole-resistant C. albicans has been reported. In addition, this microorganism can form biofilms on various surfaces, making it difficult to treat infections. In this study, the effect of secondary metabolites of Pseudomonas aeruginosa strain LV on planktonic and sessile cells of C. albicans, with different genotypes and susceptibility profile to fluconazole and voriconazole, was evaluated. The minimum inhibitory concentration (MIC) and minimum fungicidal concentration (MFC) of the semi-purified fraction F4a ranged from 1.56 to 6.25 μg/mL and 6.25 to 25 μg/mL, respectively. Fluopsin C appears to be the antifungal component of F4a. The semi-purified fraction and fluopsin C showed fungicidal activity, dose and time dependent. F4a caused severe damage to the morphology and ultrastructure of planktonic fungal cells, and significantly reduced the viability of 24-hour biofilms, with MIC for sessile cells from 12.5 to 25.0 μg/mL. However, cytotoxicity was detected in mammalian cells for F4a and fluopsin C at concentrations that showed antifungal activity. These results indicate that fluopsin C may be a prototype for the development of new antifungals for C. albicans.