O objetivo deste estudo foi investigar as emoções básicas propostas por Robert Plutchik e o timbre de instrumentos de quatro famílias instrumentais (cordas, eletrofone, percussão e sopro), sem o isolamento de qualquer outra dimensão do som, considerando que estudos prévios salientam a relevância do timbre para a percepção das emoções. Em quatro encontros, 38 participantes em média, de um total de 67, entre 16 e 71 anos e de ambos os sexos, ouviram uma hora de música instrumental solo e preencheram, a posteriori, um questionário que continha as oito emoções básicas, além de compartilharem suas experiências em grupo. O teste H de Kruskal-Wallis apresentou o valor de p = 0,002, indicando que famílias instrumentais diferentes ativam emoções diferentes, de modo a confirmar a hipótese deste estudo. Os resultados revelaram que não há um instrumento que ative uma única emoção e demonstraram uma relação circular entre as famílias instrumentais e entre as emoções: as emoções surpresa e antecipação foram ativadas pelas cordas-cítara alemã e pelo sopro-clarinete; as emoções medo e raiva foram ativadas pelo sopro-clarinete, pelo eletrofone-teremim e pela percussão-marimba; as emoções desgosto e confiança foram ativadas pela percussão-marimba e pelas cordas-cítara alemã; as emoções tristeza e alegria foram ativadas pelas cordas-cítara alemã, pelo eletrofone-teremim e pela percussão-marimba. A compatibilidade dos dados do presente estudo com os dados de estudos prévios permite um novo olhar sobre a importância do timbre instrumental e oferece uma base fulcral para novas investigações de outros aspectos da música, envolvidos na ativação das emoções.
This study aimed to investigate the basic emotions proposed by Robert Plutchik and the timbre of instruments from four instrument families (strings, electrophone, percussion, and wind), without isolating any other dimension of sound, considering that previous studies have highlighted the relevance of timbre for the perception of emotions. In four meetings, an average of 38 participants out of a total of 67, of both sexes, aged between 16 and 71, listened to an hour of solo instrumental music and then filled in a questionnaire containing the eight basic emotions, and shared their experiences as a group. The Kruskal-Wallis H-test showed a value of p = 0.002, indicating that different families of instruments activate different emotions, thus confirming the hypothesis of this study. The results revealed that there was no single instrument activating a single emotion and showed a circular relationship between the instrument families and emotions: surprise and anticipation were activated by the German zither-strings and the wind-clarinet; fear and anger were activated by the wind-clarinet, the electrophone-theremin, and the marimba percussion; displeasure and trust were activated by the marimba percussion and the German zither-strings; sadness and joy were activated by the German zither-strings, the electrophone theremin, and the marimba percussion. The compatibility of the data obtained in this study with data from previous studies provides new insight into the importance of instrument timbre, and it offers a central basis for further research into other aspects of music involved in the activation of emotions.
