Este texto tem como objetivo colocar em movimento analÃtico a PolÃtica Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, bem como os programas que acolhem a formação de professores para a diversidade/inclusão, disponÃveis no site do Ministério da Educação, no que diz respeito a possÃveis efeitos desses discursos. Não temos a pretensão de fazer uma análise exaustiva desses documentos, mas sim, problematizar um desses efeitos, que temos identificado como silenciamento docente, que esta polÃtica neoliberal vem produzindo nos últimos anos, no discurso dos professores que atuam nos sistemas de educação municipal e estadual da região de Santa Maria. Utilizamos nesse empreendimento a ferramenta conceitual-metodológica da governamentalidade, proposta por Michel Foucault, para pensarmos que os discursos sobre a inclusão capturam e, por isso, subjetivam os professores nessa nova ordem. Não há, portanto, espaço para contestação. Como efeito, temos o silêncio de um tipo de palavra e a captura dos professores em redes discursivas que operam na produção e no consumo do princÃpio da inclusão e no empreendimento de si, marcas desse nosso tempo.
This text, which makes use of the National Policy on Special Education in the Perspective of Inclusive Education and the programs that embrace the training of teachers for diversity/ inclusion, puts the discursive effects of these documents in analytic sets. Without attempting at doing an exhaustive analysis, this study aims at problematizing the effect of teacher’s silence that the neoliberal policy has been producing on teachers who work in municipal and state education systems in Santa Maria area. The conceptual and methodological tool of governmentality is used in this enterprise in order to think that the discourses of inclusion have convinced and subjectivized teachers, because in the face of the irreducibility of this discursive network the silence is an effect of the production and consumption of the principle of inclusion and enterprise itself.