A partir da condicionalidade educacional do Programa Bolsa Família (PBF), o artigo analisa os efeitos da implementação na interação cotidiana das burocratas de nível de rua com beneficiárias. Os dados derivam de entrevistas realizadas com sete implementadoras que atuam em uma escola municipal e um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) localizados em um território com alta vulnerabilidade social em Ouro Preto, Minas Gerais. As entrevistas revelam os efeitos perversos e seus entrelaçamentos, associados à interação cotidiana entre implementadoras e beneficiárias: preconceitos; estigmas sobre as famílias; reforço de repertórios morais; classificações; controles sociais e julgamentos.
Based on the educational conditionality of the Bolsa Família Program (BFP), the article analyzes the effects of the implementation on the daily interaction of street level bureaucrats with beneficiaries. Data are derived from interviews conducted with seven implementers who work in a municipal school and a Social Assistance Reference Center (CRAS) located in a territory with high social vulnerability in Ouro Preto, Minas Gerais. The interviews reveal the perverse effects associated with the daily interaction between implementers and beneficiaries: prejudices; stigmas on families; reinforcement of moral repertoires; ratings; social controls and judgments.