EFICÁCIA DE UM PROTOCOLO DE LASERACUPUNTURA SOBRE A FADIGA E ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS PÓS- COVID-19: ESTUDO QUASE EXPERIMENTAL

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Editor Chefe: Giuliana Zardeto
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências da Saúde

EFICÁCIA DE UM PROTOCOLO DE LASERACUPUNTURA SOBRE A FADIGA E ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS PÓS- COVID-19: ESTUDO QUASE EXPERIMENTAL

Ano: 2023 | Volume: 27 | Número: 8
Autores: Drielly Lima Valle Fôlha Salvador Carlos Alexandre Molena Fernandes
Autor Correspondente: Drielly Lima Valle Fôlha Salvador | [email protected]

Palavras-chave: Acupuntura; Capacidade Pulmonar; COVID-19; Fadiga; Reabilitação. Acupuncture; Lung Capacity; COVID-19; Fatigue; Rehabilitation; Low Intensity Light Therapy. Acupuntura; Capacidad Pulmonar; COVID-19; Fatiga; Rehabilitación.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo: Estudo quase experimental aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos – COPEP da Universidade Estadual de Maringá, sob Parecer nº. 5.262.784, cujo objetivo foi avaliar a segurança e eficácia da laseracupuntura como uma abordagem terapêutica complementar no tratamento da fadiga e capacidade pulmonar em pacientes pós-COVID. Materiais e método: Nos meses de fevereiro e maço de 2023, no ambulatório de enfermagem da Universidade Estadual do Paraná, Campus de Paranavaí, foram recrutados 23 pacientes da comunidade acadêmica (discentes, docentes e agentes universitários) da própria universidade, com idade mediana de 24 anos (IQR = 22,0, 32,0), com diagnóstico prévio de COVID-19 e que apresentavam sintomas de fadiga e queixa de desconforto respiratório por pelo menos quatro semanas após a recuperação da fase aguda da doença. Dados demográficos, socioeconômicos e de estado de saúde geral e relacionados à COVID-19 foram coletados. Os pacientes foram tratados com duas sessões semanais de laseracupuntura por um período de cinco semanas. Para identificação da presença e intensidade da fadiga, foi aplicada a Escala de Fadiga de Piper Revisada com 23 itens e dividida em três dimensões, no início e final do tratamento e realizados testes de função pulmonar por espirometria para descrição do padrão ventilatório dos voluntários, em todas as sessões. Resultados: Participaram 23 voluntários com idade mediana de 24 anos (IQR, 22-32) e predominantemente do sexo feminino (N= 15 [65%]) e da cor branca (N = 13 [56,4%]). A maioria dos voluntários tinha sobrepeso ou obesidade (N = 16 [79,6%]). Após a fase aguda da COVID-19, os sintomas mais relatados foram ansiedade (65%), queda de cabelo (35%) e dor de cabeça (30%). Todos os participantes apresentaram fadiga intensa pós-COVID (6,36 [IQR = 6,00 – 7,73]). Os resultados do estudo mostraram que o tratamento com a laseracupuntura resultou em redução significativa nas pontuações da escala de fadiga quanto à Dimensão comportamental (Diferença média [DM] = -1,65; IC 95%; 0,56-2,75; p < 0,001) Dimensão afetiva (DM = -2,43; IC 95%; 1,33-3,52; p < 0,001) e Dimensão sensorial (DM= -2,85; IC 95%; 2,08-3,63; p < 0,001), além do total geral de fadiga (-2,44; IC 95%; 1,63-3,24; p < 0,001), mas não apresentou qualquer efeito nas medidas de função pulmonar como Capacidade Vital Forçada (DM = -0,87; IC 95%; -4,24, 5,98); p = 0,727), manobra básica avaliada em espirometria e relação entre Volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) e Capacidade vital forçada (CVF), o VEF1/CVF (DM = -1,00; IC 95%; -10,38-8,39; p = 0,828). Nenhum efeito colateral foi relatado durante o tratamento. Conclusão: O protocolo de laseracupuntura foi seguro e bem tolerado pelos pacientes, sem efeitos colaterais relatados durante o tratamento, sugerindo que a laseracupuntura pode ser uma opção segura para o tratamento da fadiga pós-COVID-19. Apesar da intervenção não ter provocado efeito nos padrões respiratórios dos voluntários, estes verbalizaram melhora da expansibilidade e dor torácica, aumento do fôlego e disposição. Sugere-se novos estudos controlados para melhor compreensão do manejo dos sintomas pós-agudos da COVID-19.



Resumo Inglês:

Objective: Quasi-experimental study approved by the Ethics Committee for Research with Human Beings – COPEP of the State University of Maringá, Opinion nº. 5,262,784, whose objective was to evaluate the safety and efficacy of laser acupuncture as a complementary therapeutic approach in the treatment of fatigue and lung capacity in post-COVID patients. Materials and method: In February and March 2023, at the nursing clinic of the State University of Paraná, Campus Paranavaí, 23 patients were recruited from the academic community (students, professors and university agents) of the university itself, with a median age of 24 years old (IQR = 22.0, 32.0), with a previous diagnosis of COVID-19 and who had symptoms of fatigue and a complaint of respiratory distress for at least four weeks after recovery from the acute phase of the disease. Demographic, socioeconomic, and general health and COVID-19 related data were collected. The patients were treated with two laseracupuncture sessions per week for a period of five weeks. To identify the presence and intensity of fatigue, the Revised Piper Fatigue Scale was applied, with 23 items and divided into three dimensions, at the beginning and end of treatment, and pulmonary function tests were performed by spirometry to describe the ventilatory pattern of the volunteers, in all sessions. Results: Participants were 23 volunteers with a median age of 24 years (IQR, 22-32) and predominantly female (N = 15 [65%]) and Caucasian (N = 13 [56.4%]). Most volunteers were overweight or obese (N = 16 [79.6%]). After the acute phase of COVID-19, the most reported symptoms were anxiety (65%), hair loss (35%) and headache (30%). All participants experienced severe post-COVID fatigue (6.36 [IQR = 6.00 – 7.73]). The results of the study showed that treatment with laser acupuncture resulted in a significant reduction in scores on the fatigue scale for the Behavioral Dimension (Mean difference [MD] = -1.65; CI 95%; 0.56-2.75; p < 0.001) Affective dimension (DM = -2.43; CI 95%; 1.33-3.52; p < 0.001) and Sensory dimension (DM = -2.85; CI 95%; 2.08-3, 63; p <0.001), in addition to the fatigue grand total (-2.44; 95% CI; 1.63-3.24; p < 0.001), but had no effect on measures of lung function such as Forced Vital Capacity (MD = -0.87; 95% CI; -4.24, 5.98); p = 0.727), basic maneuver evaluated in spirometry and ratio between Forced Expiratory Volume in 1 Second (FEV1) and Forced Vital Capacity (FVC), FEV1/FVC (DM = -1.00; CI 95%; -10.38 -8.39; p = 0.828). No side effects were reported during treatment. Conclusion: The laseracupuncture protocol was safe and well tolerated by patients, with no reported side effects during treatment, suggesting that laseracupuncture may be a safe option for treating post-COVID-19 fatigue. Although the intervention had no effect on the breathing patterns of the volunteers, they reported improvement in chest expansion and pain, increased breath and disposition. New controlled studies are suggested to better understand the management of post-acute symptoms of COVID-19.



Resumo Espanhol:

Objetivo: Estudio casi experimental aprobado por el Comité de Ética en Investigación con Seres Humanos - COPEP de la Universidad Estatal de Maringá, con arreglo a la Opinión No. 5,262,784, cuyo objetivo fue evaluar la seguridad y eficacia de la laseracupuntura como enfoque terapéutico complementario en el tratamiento de la fatiga y la capacidad pulmonar en pacientes post-COVID. Materiales y método: En los meses de febrero y marzo de 2023, en la clínica de enfermería de la Universidad Estatal de Paraná, Campus de Paranavaí, se reclutaron 23 pacientes de la comunidad académica (estudiantes, profesores y agentes universitarios) de la propia universidad, con una edad media de 24 años (IQR = 22,0, 32,0), con diagnóstico COVID y que muestren síntomas de fatiga y una queja de molestias respiratorias durante al menos cuatro semanas después de la recuperación de la fase aguda de la enfermedad. Se han recopilado datos demográficos, socioeconómicos y de salud general relacionados con el programa COVID-19. Los pacientes fueron tratados con dos sesiones de laseracupuntura por semana durante cinco semanas. Para la identificación de la presencia y la intensidad de la fatiga, se revisó la escala de fatiga de los piper con 23 elementos y se dividió en tres dimensiones, al inicio y al final del tratamiento, y se realizaron pruebas de función pulmonar mediante espirometría para describir el patrón de ventilación de los voluntarios, en todas las sesiones. Resultados: participaron 23 voluntarios con una edad media de 24 años (RCI, 22-32) y predominantemente mujeres (N = 15 [65%]) y blancas (N = 13 [56,4%]). La mayoría de los voluntarios presentaron sobrepeso u obesidad (N = 16 [79,6%]). Después de la fase aguda de COVID-19, los síntomas notificados más frecuentemente fueron ansiedad (65%), pérdida de pelo (35%) y dolor de cabeza (30%). Todos los participantes presentaron fatiga grave post-COVID (6,36 [IQR = 6,00 - 7,73]). Los resultados del estudio mostraron que el tratamiento con laseracupuntura dio lugar a una reducción significativa de las puntuaciones de la escala de fatiga para la dimensión conductual (Diferencia media [DM] = -1,65; IC del 95%; IC del 0,56-2,75; p < 0,001) La dimensión afectiva (DM = -2,43; IC del 95%: 1; 33-3,52; p < 0,001) y dimensión sensorial (DM = -2,85; IC del 95% 2,08-3,63; p < 0,001), además de la fatiga general (-2,44; IC del 95%: 1,63-3,24; p < 0,0 01), pero no tuvo efecto sobre las medidas de función pulmonar como capacidad vital forzada (DM = -0,87; IC del 95%; -4,24,5,98); p = 0,727), maniobra basal evaluada en espirometría y relación entre el volumen respiratorio forzado 1 segundo (VEF1) y la capacidad viciosa forzada (CVF), EF1/CVF (DM = -1,00; IC del 95%; -10,38-8,39; p = 0,828). No se notificaron efectos adversos durante el tratamiento. Conclusión: El protocolo de laseracupuntura fue seguro y bien tolerado por los pacientes, sin efectos secundarios notificados durante el tratamiento, lo que sugiere que la laseracupuntura puede ser una opción segura para el tratamiento de la fatiga post-COVID-19. Aunque la intervención no tuvo efecto sobre los patrones respiratorios de los voluntarios, verbalizaron mejoría en la capacidad de expansión y dolor torácico, dificultad respiratoria y disposición. Se sugieren nuevos estudios controlados para entender mejor el manejo de los síntomas post-agudos de COVID-19.