Durante as entrevistas realizadas junto à população queimadense entre os anos de 2009 e 2013,
identificamos significativo desconforto revelado diante do desenvolvimento da cidade. Tal desconforto
expressou-se, na fala dos entrevistados, a partir do crescente interesse dos depoentes em compartilhar
suas memórias, registrando-as como "uma resposta ou reação, diante das mudanças rápidas e de uma
vida sem âncoras ou raízes" (JELIN, 2002, p. 9). Nesse sentido, constatamos que a preocupação de
muitos queimadenses, especialmente aqueles cujas trajetórias de vida se caracterizaram pela maior
atuação na esfera pública, introduz questões como a importância das memórias para a escrita e o ensino
de História, sua divulgação, a patrimonialização cultural e a dívida do presente com o passado. Palavras-
chave: Ensino de História; história pública; memória; Queimados