Em busca de uma “imagem crítica”: memória, ausências e dor em A imagem que falta, de Rithy Panh

Lumina

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ISSN: 19814070
Editor Chefe: Gabriela Borges Martins Caravela
Início Publicação: 31/05/2007
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Comunicação

Em busca de uma “imagem crítica”: memória, ausências e dor em A imagem que falta, de Rithy Panh

Ano: 2018 | Volume: 12 | Número: 2
Autores: M. G. Ikeda
Autor Correspondente: M. G. Ikeda | [email protected]

Palavras-chave: imagem; memória; sofrimento; documentário; Khmer Vermelho

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo é explorar a relação entre imagem, identidade e memória na obra do cineasta cambojano Rithy Panh, em especial a partir de um dos seus filmes, A imagem que falta (2013). Procuramos analisar as opções éticas e estéticas do realizador, ao buscar representar a experiência de sobreviver aos campos de trabalho forçado no regime do Khmer Vermelho, como modo de conviver com a dor e o sofrimento. O realizador Rithy Panh parte do cinema em primeira pessoa, ou seja, de suas memórias singulares, para buscar não simplesmente um método de cura, mas uma forma de prolongamento de sua experiência pessoal, visando a uma memória coletiva, em busca das ruínas ou dos vestígios no presente da identidade do povo cambojano. Seu sofrimento individual se transforma, então, em uma poética de uma dor coletiva. A partir dos conceitos de “imagem crítica” e “imagem aurática”, conforme desenvolvidos por Didi-Huberman, em seu livro O que vemos, o que nos olha (2010), o artigo pretende examinar as opções do realizador,ao aproximar o espectador do que foi o massacre, ao mesmo tempo em que o mantém a certa distância, preservando-nos de nos aproximar em demasia do horror.