Numa fila improvisada em frente da porta principal do convento dos franciscanos de Canindé, muitos peregrinos disputam um espaço para fitar, através de uma fechadura, algo grandioso para eles: o Santo vivo. Mas a fechadura foi trocada. Aquela porta, agora, só se abre por dentro. Hoje, essa busca se dá em todos os cantos sagrados da Cidade.O Santo vivo é uma categoria própria dos que caminham em busca do Sagrado escondido, manifestado, conforme a tradição popular, em cinco momentos: O santo vivo escolhe o lugar Sagrado; confirma ali sua presença; caminha com o devoto; identifica-se com ele e se esconde. O artigo pretende principalmente através da pesquisa de campo mostrar comoos devotos encontram meios para recriar suas vidas, seu espaço no Sagrado e fazer memória da sua identidade.
In a roughly organized queue in front of the main door of the monastery of the Franciscan friars of Canindé, many pilgrims dispute a space to stare,through a lock, at something that is grand for them: the living Saint. But the lock has been changed. That door, now, opens up only from the inside. Nowadays, that search happens in allthe sacred corners of the City. The living Saint is the category of those who walk searching the hidden sacred, transmitted, according to popular tradition, and known through five stages: The living saint chooses the Sacred place; he confirms his presence over there; he walks with the devotee; he identifies himself with him and hides himself. This article itends to show, mainly through field research, how the devotees find means to recreate their lives, their place in the Sacred things and todo memory of their identity.