O presente artigo tem como objetivo defender a perspectiva crÃtica pósestruturalista de algumas contestações recentes acerca de sua legitimidade, feitas
nos estudos organizacionais crÃticos contemporâneos. A proposta é seguir o fio
condutor da visão pragmática para resgatar elementos desta visão de mundo,
presentes no pensamento Foucaultiano e na filosofia Deleuziana, na tentativa de
tecer algumas possÃveis respostas a tais contestações. Para atingir este objetivo,
primeiramente expõe-se a polaridade existente nos estudos organizacionais
crÃticos brasileiros entre adeptos da teoria crÃtica e pós-estruturalistas, que se
fazem transparecer em alguns debates recentes. Busca-se, desta forma, destacar
suas diferentes visões a respeito do que constitui uma abordagem crÃtica na
análise organizacional, bem como seus principais argumentos. Considera-se
importante dar continuidade a tais debates, uma vez que se enxergam alguns
mal-entendidos acerca da crÃtica pós-estruturalista que merecem ser esclarecidos.
Destaca-se como ponto importante presente nesta polaridade a disputa a respeito
das diferentes leituras de Foucault feitas pelas duas abordagens. Argumenta-se
que os elementos pragmáticos presentes em sua obra impossibilitam que seu
pensamento seja posto ao lado de teóricos crÃtico tendo em vista o seu
importante rompimento com o humanismo. Em seguida, inicia-se a análise da
filosofia da Diferença Deleuziana, seguindo também um fio condutor
pragmático, para responder as contestações, que se baseiam no fato de os pósestruturalistas abrirem mão de uma crÃtica dialética, ou do “trabalho dialéticoâ€,
em prol de um “jogo da diferençaâ€. Será Indicado como a filosofia Deleuziana
aproxima-se de um posicionamento pragmático por meio de seu conceito de
Diferença, contrapondo-se também às vertentes filosóficas, que embasam a
teoria crÃtica. Finalmente, na conclusão, considera-se plausÃvel afirmar a
possibilidade de uma crÃtica pós-estruturalista, que se constitui como uma
alternativa válida e digna de investigação perante uma abordagem crÃtica, que
ainda possui raÃzes teóricas modernistas.