Uma análise realizada com base nos trabalhos publicados em eventos
nacionais de Administração revela que a Pesquisa-Ação tem sido
utilizada, no Brasil, de maneira consideravelmente restrita.
Aparentemente, esse fato se deve à dificuldade, por parte dos
pesquisadores, de justificarem o mérito acadêmico dessa estratégia
metodológica frente à abordagem cientÃfica tradicional. Diante disso,
supõe-se que uma apropriada compreensão da natureza da Pesquisa-Ação
e dos pressupostos que a fundamentam poderia contribuir para sustentar
uma argumentação a favor da adequação dessa estratégia. Nesse sentido,
o objetivo do trabalho foi recuperar as principais caracterÃsticas da
Pesquisa-Ação explicitando os traços distintivos que lhe conferem uma
identidade particular, legÃtima e relevante no âmbito da pesquisa
cientÃfica. Concluiu-se que a Pesquisa-Ação é usualmente adotada quando
a problemática pesquisada mostra-se complexa e pouco explorada,
demandando uma forte interação dos pesquisadores com o objeto de
pesquisa e partindo-se de questões que sejam prioritariamente relevantes
para os próprios sujeitos imersos na situação sob estudo. Assim, pode ser
considerada uma estratégia de engajamento consideravelmente relevante
para as ciências organizacionais em geral, e para as administrativas, em
particular.