O artigo apresenta como problemática central o impacto do empobrecimento feminino no processo democrático, analisando criticamente as relações de cuidado e o afastamento do poder decisório. Objetiva, por meio do método dedutivo, pesquisar o desequilíbrio de poder e a invisibilidade do trabalho doméstico não remunerado, bem como seu consequente não reconhecimento por parte do Direito, para tanto delimita o estudo na invisibilidade do trabalho doméstico feminino; as assimetrias do poder e a dificuldade de participação na vida democrática; o cuidado e o afastamento do poder decisório e, por fim a pobreza política das mulheres e necessidade de revisão do déficit de protagonismo democrático. O movimento de reflexão e denúncia sobre a desigualdade de gênero concentra-se na sobreposição das relações de trabalho remuneradas e as não assalariadas desenvolvidas pelas mulheres, sendo a conclusão inelutável é de que a manutenção do patriarcado e normalização do empobrecimento feminino se deve, em grande medida, a solidez do trabalho doméstico incessante, permanente, invisível e não remunerado. A indignidade da simultaneidade de jornadas de trabalho provoca a pobreza material, mas sobretudo política das mulheres e, portanto, seu afastamento das instâncias de poder e dos processos democráticos de discussão e deliberação.
This article analises problem the impact of female impoverishment on the democratic process, critically analyzingcare relationships and the removal of decision-making power. Using the deductive method, it aims to investigate the imbalance of power and the invisibility of unpaid domestic work, as well as its consequent non-recognition by the law. To this end, it delimits the study into the invisibility of women's domestic work; the asymmetries of power and the difficulty of participating in democratic life; care and removal from decision-making power and, finally, women's political poverty and the need to review the deficit of democratic protagonism. The movement to reflect on and denounce gender inequality focuses on the overlap between paid and unpaid work relationships developed by women, and the inescapable conclusion is that the maintenance of patriarchy and the normalization of female impoverishment is largely due to the solidity of incessant, permanent, invisible and unpaid domestic work. The indignity of simultaneous working hours leads to women's material and, above all, political poverty and, as a result, to their removal from power and from the democratic processes of discussion and deliberation