Os desafios de mulheres negras no Brasil são inúmeros. Além de ter menos acesso à
educação, aos serviços públicos, ao trabalho, ainda vivenciam uma realidade de violência e
estigmatização. E com as meninas negras não é diferente, pois é através da infância que as
crianças negras em especial as meninas, se deparam com as primeiras formas de preconceito e
acabam sendo vítimas de mais duras formas de violência verbal e em alguns casos físicos. As
experiências de meninas negras são marcadas por diversos fatores como racismo, sexismo e
classicismo. Esses fatores de opressão estrutural fazem com que as infâncias de meninas negras
sejam frequentemente moldadas por estereótipos racistas tendo grandes repercussões diversas
para a vida das vítimas.
Uma menina que é empoderada desde cedo certamente se tornará uma mulher mais
preparada para lidar com o machismo cotidiano, preconceitos e pressões sociais direcionadas
ao seu corpo. Entretanto, antes de começar esse processo, é preciso que a família se empodere.
Empoderar meninas é antes de tudo, fazer um resgate histórico-cultural, verdadeiro, de seus
ancestrais, pois contribuirá positivamente no processo de construção do empoderamento da
menina negra retinta. Freire (2021) ressalta que, é por meio de uma autoanálise crítica que o
oprimido, se autoliberta, ou seja, liberta a si mesmo, o autor ainda deixa claro que “Se é mágica
a compreensão, mágica será a ação”. Despertando ao leitor sobre a importância de não esperar
do outro a libertação, mas do próprio oprimido.