O desenvolvimento do capitalismo informacional tem contribuÃdo para o crescimento da produção de bens simbólicos e, nesse contexto, os produtores de bens culturais possuem a capacidade de se tornar agentes de desenvolvimento por meio de uma ação coletiva. O objetivo do estudo reside em compreender a ação empreendedora da produção cinematográfica no estado brasileiro de Pernambuco, onde filmes recentes têm recebido reconhecimento nacional e internacional. Abordamos a busca de um conceito possÃvel para o empreendedor cultural; a apresentação do contexto local da produção cultural; e a dinâmica de uma produção cultural empreendedora. O corpus do estudo é constituÃdo de três entrevistas em profundidade com realizadores de filmes locais e a tarefa analÃtica foi realizada utilizando-se a análise de discurso. As dimensões discursivas reveladas nos resultados apontam para uma demanda por novos formatos e estruturas organizacionais orgânicas. A gestão da produção de cada filme indica uma dinâmica organizacional pautada na colaboração, em “aventuras†conjuntas, em uma “governança invisÃvel†e na tomada de decisão colegiada em rede. A tecnologia social colegiada possibilita a geração de capital intelectual, social, econômico e cultural, por meio do multidirecionamento da ação empreendedora no campo da cultura.
