O presente trabalho pretende analisar as experiências do reconhecimento negado, sobretudo do emprego doméstico, visando a verificar em que medida elas podem ensejar lutas por reconhecimento e mudança nas trajetórias profissionais. Conforme instrui Axel Honneth (1994), a negação dos direitos a uma pessoa corresponde a uma ‘morte social’, uma vez que diminui a sua auto-estima no tocante à capacidade que ela tem de se relacionar com os outros de igual para igual. A correção dessa injustiça, de acordo com o mesmo autor, vem pelo reconhecimento do cidadão, por parte dos outros cidadãos, como membro pleno da comunidade e possuidor dos mesmos direitos e deveres que cabem a qualquer outro cidadão, esse reconhecimento mútuo é a maneira pela qual o sujeito constrói uma auto-imagem positiva. Além do mais, a experiência do desrespeito relaciona-se às vivências afetivas dos seres humanos, de modo que constitui um impulso de resistência social e de conflito, para uma luta pelo reconhecimento. Tal tema vem alcançando os trabalhadores domésticos lentamente, consubstanciado num grupo minoritário que sempre foi colocado em posição de inferioridade em relação aos demais cidadãos.