Na primavera de 2006, o Great Small Works foi contratado pelo Lower Manhattan Cultural Council [Conselho Cultural de Lower Manhattan2] para realizar uma parada artística para dar início ao River to River Festival [Festival Rio a Rio], uma série de concertos e performances no decorrer do verão que tinha como objetivo, me parece, trazer de volta um certo sentimento de cultura pública viva para a ainda traumatizada redondeza do “Ground Zero”3 de 2001. Enquanto em anos anteriores as paradas haviam sido coleções de esculturas de procissão de artistas novaiorquinos, nós decidimos fazer da nossa parada River to River um evento teatral de rua, uma reflexão política sobre o tema dos rios, as ruas e as dinâmicas de poder em comunidades que se confrontam com transformações e mudanças. Nisto, obviamente, estávamos seguindo tipos de tradição já perseguidas nos anos setenta por grupos como Bread and Puppet Theater, Welfare State International e outros, assim como as ricas tradições de procissão dos anos 20 e 30, séculos de carnaval de rua ultrajante, espetáculos de rua da Renascença e até mesmo as origens da tragédia grega em barcos de procissão sobre rodas – os carre navalis – que alguns consideram as raízes do carnaval europeu.