Este ensaio consiste em analisar o conceito antropológico de cultura e sua aplicação à relação animal humano versus animal não humano, tendo como parâmetro principal o pensamento de Dominique Lestel e buscando discutir a condição animal na prática da vaquejada. Conclui-se que é da confluência entre o tradicional e o contemporâneo que a vaquejada se encontra inserida como uma manifestação cultural que, a despeito de possuir uma sólida base histórica para a sua concepção, foi cooptada pelo capital como um dos produtos da indústria do entretenimento na sociedade do espetáculo. Logo, como reflexo desta cooptação, constata-se que a atividade não guarda mais a interação que havia entre o vaqueiro da caatinga e o animal refugiado no mato, quando qualquer esforço utilizado para capturá-lo se devia ao fato das duras condições que caracterizavam essa atividade rural.