O artigo analisa as implicações de uma ordem do discurso no ensino de Geografia contemporâneo, com o objetivo de responder ao seguinte questionamento: qual seria a proveniência do denuncismo e do catastrofismo em seus enunciados? A discussão se estabelece tomando por base as teorizações presentes na arqueologia do saber de Michel Foucault, tratando de a) apresentar os caminhos da pesquisa na perspectiva foucaultiana; b) regressar até textos da primeira metade do século XX, a fim de descrever como o ensino de Geografia era pronunciado; c) compartilhar os principais argumentos presentes em tais documentos; d) sinalizar algumas das raízes do discurso hegemonizado, dentre elas o dualismo platônico, a doutrina da queda judaico-cristã e o pensamento da Modernidade.
The article analyzes the implications of an order of discourse in the teaching of contemporary geography, in order to answer the following question: what is the origin of denunciation and catastrophism in its statements? The discussion is established based on the theorizations present in the archeology of knowledge of Michel Foucault, trying to a) present the paths of research in foucaultian perspective; b) return to the texts of the first half of the 20th century, in order to describe how the teaching of Geography was pronounced; c) share the main arguments in these documents; d) to point out some of the roots of the hegemonic discourse, among them the platonic dualism, the doctrine of the Judaeo-Christian fall and the thought of Modernity.