ENTRE BANDIDOS E REBELDES: O CANGAÇO SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA DAS TÉCNICAS DE NEUTRALIZAÇÃO

Revista Eletrônica da Faculdade de Direito de Franca

Endereço:
Avenida Major Nicácio, 2.377 - Bairro São José
Franca / SP
14401135
Site: http://www.revista.direitofranca.br/index.php/refdf
Telefone: (16) 3703-4011
ISSN: 19834225
Editor Chefe: Cildo Giolo Júnior
Início Publicação: 29/02/2008
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Direito

ENTRE BANDIDOS E REBELDES: O CANGAÇO SOB A PERSPECTIVA DA TEORIA DAS TÉCNICAS DE NEUTRALIZAÇÃO

Ano: 2016 | Volume: 11 | Número: 2
Autores: A. F. Lopes
Autor Correspondente: C. Giolo Júnior | [email protected]

Palavras-chave: banditismo social, cangaço, pré-capitalismo, messianismo, criminologia crítica, maniqueísmo, anomia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo aborda o cangaço sob a ótica criminológica, especificamente pela teoria das técnicas de neutralização, buscando através dela uma percepção que comporte e esclareça o eterno embate acerca do caráter e da causa desse fenômeno social. Para tanto, optou-se pela análise das teses mais elaboradas sobre o tema. Por um lado, a teoria do banditismo social, de Eric Hobsbawm, a qual compreende o cangaço dentro do conflito de classes em sociedades pré-capitalistas, concebendo o cangaceiro como um modelo primitivo de revolucionário. Em contraponto, adotaram-se os estudos de Frederico Pernambucano de Mello, dos quais surge a abalizada teoria do escudo ético, retratando o cangaceiro sem o viés ideológico e rebelde visto na anterior. Assim, sem fugir dos embaraços decorrentes desse debate maniqueísta, intentou-se inserir o cangaço e suas interpretações contrapostas no olhar vasto e multifacetado das teorias sociológicas da criminologia, pretendendo com isso uma convergência entre estes dois enfoques, intermediada pelas teorias de base marxista – com as devidas alterações, obviamente, haja vista o paradigma socioeconômico sob o qual se ergueu a criminologia radical, qual seja, a dicotomia capitalista “burguês-proletário”, a qual não existia na época do cangaço – e pela teoria das técnicas de neutralização, de Sykes e Matza.