Entre livros e cartas, a história do império luso-brasileiro passou por profundas mudanças no inÃcio d’Oitocentos. O Rio de Janeiro tornou-se a sede
da monarquia com a chegada da corte em 1808. O bibliotecário LuÃs Joaquim dos Santos Marrocos viu sua vida transformar-se ao acompanhar
a segunda leva de livros da Real Biblioteca d’Ajuda para a América. Ele atuou na estruturação da Real Biblioteca do Rio de Janeiro, pensada como
um locus de saber. Nesse contexto, estudaremos a correspondência ativa de Marrocos escrita entre 1811 e 1821 pelas seguintes perspectivas: a
historicidade da Real Biblioteca; a relação de Marrocos com a escrita ; as sociabilidades individuais e coletivas desse momento; as relações polÃticas
nas quais estava inserido e a interlocução com seu pai, Francisco José dos Santos Marrocos; a conservação deste acervo epistolar. Nossa proposta
é analisar tais cartas como tema e objeto de pesquisa para refletirmos sobre a escrita das relações polÃticas e culturais do império luso-brasileiro.