ENTRE IRONIAS E DEBOCHES: REPRESENTAÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA DAS MULHERES NO DIÁRIO DE MONTES CLAROS NA DÉCADA DE 1970

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ISSN: 15193276
Editor Chefe: Teresinha Maria Duarte
Início Publicação: 30/04/2001
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

ENTRE IRONIAS E DEBOCHES: REPRESENTAÇÕES SOBRE A VIOLÊNCIA DAS MULHERES NO DIÁRIO DE MONTES CLAROS NA DÉCADA DE 1970

Ano: 2013 | Volume: 13 | Número: 1
Autores: C. J. Maia, L. T. Pacheco, R. C. Caleiro
Autor Correspondente: C. J. Maia, L. T. Pacheco, R. C. Caleiro | [email protected]

Palavras-chave: gênero, violência, representações, discursos, mídia / gender, violence, representations, discourses, media / género, violencia, representaciones, discurso, medios de comunicación.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo pretende elaborar uma reflexão acerca dos discursos e representações produzidas por matérias de jornais cujos enfoques privilegiam a
violência perpetrada pelas mulheres. Nesse sentido, foram utilizadas notícias
veiculadas no
Diário de Montes Claros
, periódico norte-mineiro, entre os anos de
1971, 1972, 1975 e 1979. A partir dos dados coletados, procura-se compreender os processos de construção pela mídia da imagem da mulher agressora, ou
seja, uma mulher que não se afigura mais como vítima, mas sim como protagonista de situações de violência. Em 119 notícias, as mulheres figuraram como
agentes de diversas formas de violência: assassinatos, tentativas de homicídio,
lesões corporais, infanticídios e abortos. Argumentamos que as notícias retratam as mulheres de maneira ambígua: num momento elas são acusadas como frias
e calculistas e noutros são isentadas dos crimes mediante o entendimento de
que foram ingênuas, pois que são apenas mulheres, e não é característica da sua
natureza a violência e sim a doçura. Ainda quando os homens são as vitimas, as
notícias enfocam o caráter de anormalidade da situação. O deboche, o riso e a
jocosidade são estratégias discursivas usadas para produzir sentidos e desqualificar a violência das mulheres.



Resumo Inglês:

The aim of this article is to reflect on discourses and representations
of written media about female violence, the construction processes of aggressive
women image by the media. The data are 119 news of 1971, 1972, 1975 and
1979 from the Diário de Montes Claros, a northern Minas Gerais newspaper.
The collected news depict women as agents of various forms of violence: murder, attempted murder, bodily injury, infanticide and abortion. We argue that the
news portray them in an ambiguous way: sometimes they are accused of being
cold and extremely rational, and at other times they are excused of their crimes
on account of the understanding of their naivety. Since they are just women, it
is not their nature to commit acts of violence; they should be docile and nurturing, say the common sense. When men are the victims, the media focus on the
character of the abnormality of the situation. Mockery, laughter and jocosity are
the main discourse strategies to produce meanings and disqualify the violence
committed by women.



Resumo Espanhol:

Este artículo pretende elaborar una reflexión acerca de los discursos
y representaciones producidas por materias de periódicos cuyos enfoques privilegian la violencia perpetrada por las mujeres. En ese sentido, fueron utilizadas
noticias difundidas en el
Diario de Montes Claros,
periódico norte-minero, entre
los años de 1971, 1972,1975 y 1979. A partir de los datos colectados, procurase
comprender los procesos de construcción por los medios de comunicación del
imagen de la mujer agresora, o sea, una mujer que no se figura más como víctima, pero sí como protagonista de situaciones de violencia. En 119 noticias, las
mujeres figuran como agentes de diversas formas de violencia: asesinatos, tentativas de homicidio, lesiones corporales, infanticidios y abortos. Argumentamos
que las noticias retratan las mujeres de manera ambigua: en un momento ellas
son acusadas como frías y calculadoras y en otros son eximidas de los crímenes
mediante el entendimiento de que fueron ingenuas, pues son apenas mujeres, y
no es característica de su naturaleza la violencia y sí la dulzura. Aun cuando los
hombres son las víctimas, las noticias enfocan el carácter de anormalidad de la
situación. El libertinaje, la risa y la jocosidad son estrategias discursivas usadas
para producir sentidos y descalificar la violencia de las mujeres.