Na querela entre Antigos e Modernos, Thomas Hobbes coloca-se como alguém que se utilizava
da história com intenções polÃticas. Como um leitor dos antigos e herdeiro das tradições
renascentistas, sua recepção norteia um aparato conceitual que é, de um lado, compartilhado
por seus contemporâneos, e, por outro lado, apropriado de uma forma peculiar, de acordo com
a visão e interpretação que este tem de seu momento e das histórias que leu e ouviu. O objetivo
deste artigo é, de forma sumária e introdutória, demonstrar algumas das relações que o pensador
estabelece com a história e de que maneira esta se relaciona com sua teoria polÃtica e com seu
momento histórico, marcado pela busca de sentido no mundo antigo. Desde 1628, quando
traduziu para o inglês a Guerra do Peloponeso de TucÃdides até, 1668, quando este escreve a
história da guerra que presenciou, o Behemoth ou o Longo Parlamento, Hobbes vê na prática
historiográfica aprendizado e ensino. Ela é a maior professora, e com ela alertamos a respeito
do iminente perigo de uma volta ao “estado de naturezaâ€.
In the quarrel between Ancients and Moderns, Thomas Hobbes appears as someone who used
the history with political intentions. As a ancient’s reader and Renaissance’s heir, its reception
guide a conceptual apparatus that is on the one hand, shared by his contemporaries, and on
the other hand, appropriated in a peculiar way, according to the vision and interpretation that
has about his time and the histories that he read and heard. This paper is a cursory and
introductory demonstrate some of the relations that the thinker makes with the history and how
this link to his political theory and his historical moment, marked by the search for meaning in
the ancient world. Since 1628, when translated to English the Peloponnesian War by Thucydides
until 1668, when he writes the history of the war he witnessed, The Behemoth or the Long
Parliament, Hobbes sees the practice of historiography learning and teaching. She is the great
teacher and with she warned about the imminent danger of a return to the “state of nature.â€