Artefatos e/ou rituais, tidos, às vezes, como triviais e até insignificantes passam a comunicar diversos aspectos inquietantes da cultura vigente. Tendo tal perspectiva como norteadora, este artigo, se ancora em duas séries internacionais de TV, famosas, atualmente, entre o público infantil brasileiro - Thomas e seus amigos e A turma do Doki - como ponto de partida para a refletirmos sobre o processo de reencantamento, vivenciado pelo Ocidente na passagem da modernidade para a pós-modernidade. Para isso, usamos as lentes da religião, com a concepção protestante de “vocação” e seu proeminente papel na constituição da modernidade e do capitalismo. A ideia, portanto, é revelar os contrastes entre as vivências e práticas tipicamente modernas com aquelas em curso nas ambiências atuais. Em paralelo, a noção de reencantamento do mundo, desdobramento de um conceito fundamental da sociologia weberiana, nos ajudou a entender o lugar de fato ocupado pelo consumo na pós-modernidade. Palavras-chave: Reencantamento. Consumo. Pós-modernidade. Séries infantis. Vocação.