Entrevista com Mariana Chaguri (IFCH/UNICAMP): lugares, singularidades e possibilidades das mulheres intérpretes do Brasil

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ISSN: 2595-315X
Editor Chefe: Maria Caroline Marmerolli Tresoldi
Início Publicação: 23/09/2020
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Entrevista com Mariana Chaguri (IFCH/UNICAMP): lugares, singularidades e possibilidades das mulheres intérpretes do Brasil

Ano: 2022 | Volume: 30 | Número: 59
Autores: Arboleya, Arilda, Galetti, Camila Carolina Hildebrand, Guebert, Caroline Aparecida, Franco, Emilly Gabriela Menezes, Costa, Hilton
Autor Correspondente: Arilda Arboleya | [email protected]

Palavras-chave: Mariana chaguri, Mulheres intérpretes do brasil, Pensamento social brasileiro

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O tempo sócio-histórico mais recente empunhou, pela força da ação e protagonismo de alguns grupos, o debate sobre a diferença e sobre as desigualdades rotineiramente estruturadas a partir dela. Nesse mesmo movimento, impôs também ao campo intelectual pensar-se criticamente, reflexionando sobre o lugar da diferença e sobre desigualdades reiteradas e naturalizadas internamente. Assim, se os arranjos de poder que organizam a vida social ampla a partir da normalização de formas de pensamento, como o patriarcalismo e o racismo, foram também acriticamente fluentes por muito tempo na organização da arena intelectual, em ambos os casos tais arranjos organizados não se fizeram isentos de disputas e tensionamentos. Ascende, então, no meio intelectual, pari passu ao enfrentamento promovido por grupos negros e feministas, a necessidade de pensar a diferença no espaço da produção acadêmica. Ao passo em que a ampla maioria dos livros que inventariam as “grandes obras” de interpretação nacional, os “grandes ensaios” elucidadores do Brasil, elencam quase que exclusivamente figuras masculinas, impõe-se indagar: onde estavam as intelectuais brasileiras, cuja massiva presença nas cadeiras das ciências humanas sempre foi marcante no século XX? Do que se ocupavam? Elas não produziram “interpretações nacionais” ou essa ausência no elenco rotineiro de intérpretes do Brasil expressa um apagamento ou um sublugar atribuído a suas produções e suas formas de explicar? Afinal, quais os lugares e possibilidades de alcançarmos a interpretação nacional produzida por mulheres? Tais problematizações são aprofundadas nesta entrevista com a professora Mariana Miggiolaro Chaguri (IFCH/UNICAMP).



Resumo Inglês:

The most recent socio-historical period has lead to, by the force of action and the protagonism of some groups, the debate about difference and the social inequalities which routinely have been structured from it. The same movement required the intellectual field to think critically about itself, ponder about the place of difference and of the reiterated inequalities which were naturalized internally. Therefore, if the power arrangements that organize social life from the normalization of thought forms, such as patriarchalism and racism, were uncritically fluid for a long time in the organization of the intellectual arena, in both cases these organized arrangements also were not free of disputes and tensions. In the intellectual milieu raises the need to think about the difference in the space of academic production, pari e passu to the confrontation promoted by black and feminist groups. While the vast majority of the books that are of the inventory with the “great works” of national interpretation, the “great essays” that elucidate Brazil, list almost exclusively male figures, we must ask: where were the Brazilian female intellectuals? What were they concerned about? Did they not produce “national interpretations” or does this absence in the known cast of interpreters of Brazil express an erasure or a subplacement attributed to their productions and their ways of explaining the world? After all, what are the places and possibilities for us to reach the national interpretation produced by women? This interview with the professor Mariana Miggiolaro Chaguri (IFCH/UNICAMP) walks through such problematizations.



Resumo Espanhol:

El período sociohistórico más reciente, por la fuerza de la acción y el protagonismo de algunos grupos, ha desplegado el debate sobre la diferencia y sobre las desigualdades rutinariamente estructurado a partir de ella. En ese mismo movimiento, también impuso al campo intelectual pensar críticamente, reflexionando sobre el lugar de la diferencia y sobre las desigualdades internamente reiteradas y naturalizadas. Así, si los arreglos de poder que organizan la vida social amplia a partir de la normalización de formas de pensamiento, como el patriarcado y el racismo, también fueron fluidos acríticamente durante mucho tiempo en la organización de la arena intelectual, en ambos casos tales arreglos organizados no estaban libres de disputas y tensiones. Entonces, en el medio intelectual, pari passu al enfrentamiento promovido por grupos negros y feministas, surge la necesidad de pensar la diferencia en el espacio de la producción académica. Mientras que la gran mayoría de los libros que inventarían las “grandes obras” de interpretación nacional, los “grandes ensayos” que dilucidan Brasil, enumeran casi exclusivamente figuras masculinas, es necesario preguntarse: ¿dónde quedaron las intelectuales brasileñas? ¿Qué hicieron? ¿No produjeron “interpretaciones nacionales” o esta ausencia en el elenco rutinario de los intérpretes de Brasil expresa un borrado o un sublugar atribuido a sus producciones y sus formas de explicar? Después de todo, ¿cuáles son los lugares y posibilidades de lograr la interpretación nacional producida por las mujeres? Es por tales problematizaciones que discurre esta entrevista con la profesora Mariana Miggiolaro Chaguri (IFCH/UNICAMP).