Vilson Zattera é músico, professor na Graduação, Pós-Graduação e Pesquisador da Unicamp. Tem deficiência visual total desde os 7 anos de idade e foi o primeiro aluno cego a se formar em sua cidade natal, Caxias do Sul (RS). Vilson possui graduação em Bacharelado em Música (violão) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no ano de 1990. É PhD em Etnomusicologia pela University of Washington, Seattle (2010) e Master in Fine Arts - Música pelo Califórnia Institute of the Arts, Los Angeles (1999). Possui dois pós-doutorados pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), PPGM Instituto de Artes-IA (2011-2017). Atualmente está desenvolvendo o projeto de Interatividade musical para músicos videntes e não-videntes por meio de métodos computacionais. Desenvolve projetos na área da utilização e implementação de ferramentas computacionais de auxílio ao acesso à música, para compositores e instrumentistas com deficiência visual, bem como no ensino e aprendizagem na área de Educação Especial e Inclusão. Também atua na área de musicografia Braille e acessibilidade no Laboratório de Acessibilidade da Biblioteca Central Cesar Lattes da Unicamp, é docente convidado na área de educação musical e Braille na pós-graduação do Instituto de Artes da UNICAMP.
Nesta entrevista, Vilson foi convidado a recordar e refletir sobre a sua trajetória no Brasil e nos Estados Unidos, como aluno, músico, professor e pesquisador com deficiência visual. Temas como tecnologias aplicadas no ensino e aprendizagem em música) musical e inclusão, interação, autonomia, acessibilidade recíproca, educação musical especial e acessibilidade cultural foram abordados nesta entrevista.
A presente entrevista foi realizada no dia 20 de março, terça-feira às 14:00hs, de forma remota, via plataforma ZOOM. A entrevista foi do tipo semiestruturada e o roteiro foi enviado previamente ao entrevistado por e-mail. A entrevista teve a duração de 1 hora e 30 minutos. Participaram da entrevista a Profa. Dra. Camila Fernandes Figueiredo e a Profa. Dra. Teresa Piekarski. Depois de finalizada a transcrição, a entrevista foi reenviada para o Vilson, que fez as suas considerações finais.