Quando em outubro de 2018 a Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou a relação dos finalistas da sexagenária edição do Prêmio Jabuti, o noticiário, sobretudo as editorias especializadas em arte, cultura e literatura, dedicou-se em destacar os nomes de prata da literatura nacional que estrelavam a lista. Em maior parte, são autores publicados e distribuídos por grandes empresas do mercado editorial; são personalidades consagradas em feiras e em eventos literários; já ocupam espaços e capas na grande mídia. Aquele também fora um ano de mudanças na organização das categorias, que a partir de então passam a se dividir em quatro eixos: Literatura, Ensaios, Livro e Inovação. Revelados os finalistas, o nome do cearense Mailson Furtado Viana aparece na relação dos dez concorrentes pela categoria “Poesia”, um dos gêneros com possibilidades de arrematar a grande categoria de “Livro do Ano”, disputada entre as publicações dos eixos Ensaios e Literatura. Até então, ascender ao seleto grupo parecia motivar muito mais apenas ao próprio autor, que diz ter recebido a informação com muita surpresa, e, evidentemente, também aos moradores da pequena cidade de Varjota, que passam a ver um filho da terra em uma disputa de renome nacional.