Em anos eleitorais, as entrevistas com candidatos, exibidas “sem edição nem corteâ€, geralmente transmitidas diretamente das bancadas dos telejornais de rede e conduzidas pelos apresentadores mais importantes do telejornalismo brasileiro, transformaram-se em elementos fundamentais da representação jornalÃstica das campanhas polÃticas no Brasil. A impossibilidade de edição é em geral vendida como garantia de uma autorrepresentação genuÃna e autêntica da polÃtica diretamente aos eleitores. Este artigo é uma sustentação argumentativa de que, na verdade, antes que um meio de apresentação da polÃtica na televisão, a entrevista eleitoral não editada é uma arena em que a instituição do jornalismo, sem poder contar com as vantagens de edição usualmente à sua disposição na cobertura polÃtica quotidiana, tenta por meios retóricos e recursos discursivos manter o seu controle sobre a fala polÃtica.