O artigo analisa o estabelecimento de nexos causais entre exposições ambientais e ocupacionais e doenças a partir das evidências epidemiológicas e experimentais. A alta probabilidade de explicações não causais para associações fracas encontradas por estudos observacionais é enfatizada, assim como as suas implicações para nortear intervenções em Saúde Pública, subsidiar diagnósticos de causalidade em Medicina do trabalho e perÃcias legais, e comunicação do risco. As limitações da estimativa do risco a partir unicamente das evidencias toxicológicas são comentadas, com destaque para a incerteza que cerca a extrapolação entre espécies, e a necessidade de levar em conta a relação dose-resposta e os nÃveis de exposição experimentados pelas populações humanas.
This article discusses the methodological limitations of epidemiological and experimental studies when these studies are utilized to establish the causality between environmental and occupational exposures and diseases. The high probability of non-causal explanations for weak associations revealed by observational studies is emphasized; additionally, the consequences are revealed when weak associations are taken to guide public health interventions, to support diagnosis in occupational medicine and expert reports addressed to the court, and to communicate risks. Shortcomings of risk estimations based only on the evidence from experimental toxicology studies are discussed. Uncertainties involved in extrapolating toxicological findings between species and the relevance of taking into account the dose–response relationships and exposure levels experimented on human populations are also commented upon.