Baseando-se no imperativo ético da medicina, primun non nocere, este artigo apresenta
considerações sobre o erro médico e a prática da medicina defensiva, cujo propósito principal
parece, nuitas vezes, estar vinculado à proteção do profissional, em detrimento dos interesses do
paciente. A partir de estudos realizados nos Estados Unidos se desenvolve uma reflexão sobre tal
vinculação eos chamados “pactos de silêncioâ€, que acabam gerando na sociedade, em geral,
incerteza e desconfiança no que se refere à relação médico-paciente. Conforme os resultados da
citada pesquisa, este artigo conclui considerando que ocultar o erro não resolve esta complexa
problemática e pode trazer consequências nefastas à prática da medicina, relacionadas ao
crescimento dos pedidos de exames, que produzem aumento nos custos da saúde, assim como
dificultam o acesso aos serviços. Considera, ademais, que o Estado não pode estar ausente nesta
discussão fundamental.