Este artigo é em parte resultado de uma pesquisa em Teoria Literária desenvolvida
na Universidade do Estado do Rio de Janeiro e que tem como objeto as questões do sujeito, das
polÃticas textuais nas as relações entre literatura e história. Este trabalho investiga ainda o papel
da crÃtica literária frente aos desafios de se estudar a narrativa hodierna, no caso deste artigo,
com foco no papel do intelectual e do escritor-intelectual na contemporaneidade. Na escrita
desconstrutora de Hilda Hilst, analisamos as várias estratégias de resistência, denúncia e
desestruturarão do pensamento hegemônico e do próprio conceito de texto. Deste modo, leremos
a escrita hilstiana como recusa dos valores neoromânticos de uma literatura do bom gosto e da
“transgressão bem-comportadaâ€, valores esses que, nas narrativas de Hilst serão preteridos em
favor do grotesco, da provocação e do escárnio.
This article is part of a research in comparative literature developed at the Rio de
Janeiro State University dealing with individual ethics, sexual politics, responsibility and
deconstruction in contemporary fiction, in which we enquire about the role of the intellectual
and the so-called intellectual-writer in the contemporary age. By reading Hilda Hilst’s
deconstructive writing, we analyze her strategies of resistance, denouncement and
deconstruction of the hegemonic thinking, as well as the conceptions of text itself. Therefore, her
writings are based on the refusal of the values of a well-behaved, bourgeois literature, values
which, in her narratives, give place to the grotesque, provocation and contempt.