Este artigo apresenta uma leitura das obras Bobbi Lee, Indian rebel (1975) e I am woman, de Lee Maracle (Salish, Canadá), e da obra Metade cara, metade máscara (2004), de Eliane Potiguara (Potiguara, Brasil) a partir da concepção do gênero literário como performance que constrói conhecimento (John Frow, 2005). As obras das autoras são representativas do que se denominou a “Renascença IndÃgena†nas Américas, ou seja, o momento de desenvolvimento e consolidação da Literatura IndÃgena como área dos estudos literários. Tais obras são marcadas pela recorrência de caracterÃsticas autobiográficas e testemunhais, assim como a recuperação de aspectos das narrativas tradicionais indÃgenas, advindas da oralidade, o que Maracle denomina de oratória (2007). Os processos empreendidos pelas autoras na escrita das obras evidencia a busca por uma estética literária dentro dos moldes ocidentais, ao mesmo tempo em que resgatam e reafirmam os modos tradicionais indÃgenas de construção do conhecimento.