O presente artigo é um ensaio de articulação teórico-clínica a partir da experiência de pesquisa desenvolvida com os estagiários-pesquisadores de Terapia Psicanalítica, do Serviço-Escola de Psicologia, que tem como campo de atuação os policiais do 10º Batalhão de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Percebemos claramente, em nosso trabalho com os policiais, que o estado de constante vigilância de seu ofício, somado ao choque violento dos combates em campo, traz como efeito sujeitos que vivenciam um estado crítico de desamparo, conduzindo ao trauma e às mais nefastas formações de sintomas.Nossa ação diária no manejo com os policiais almeja sustentar um espaço onde, a partir da psicanálise como dispositivo, seja viável dar um tratamento possível para o trauma e a violência, e permitir que cada sujeito possa articular em seu discurso, um savoir faire com a violência diária de seu ofício.
This paper is an attempt at theoretical and clinical articulation from the research experience developed with traineesresearchers of Psychoanalytic Therapy, at the School of Psychology Service, acting with field policemen under the 10th Military Police Battalion of Rio de Janeiro State. During our work with the policemen it was clear that the state of constant surveillance innate to their trade, coupled with the violent shock of fighting in the field, imposes on the subjects the sense of critical helplessness, leading to trauma and the worst symptom presentation possible. Our daily actions in the handling of those policemen had the objective of sustaining a space that uses psychoanalysis as a device to a possible treatment for trauma and violence, allowing each individual to articulate the savoir faire with the daily violence of their work