O objetivo deste artigo é refletir sobre os efeitos da circulação de seres vivos não-humanos – em particular as chamadas espécies exóticas invasoras – para a reafirmação, suspensão ou embaralhamento dos limites fÃsicos, polÃticos e jurÃdicos dos estados nacionais. Tomando como documentos etnográficos normas referentes ao controle de espécies invasoras, especialmente em acordos e convenções internacionais, trata-se de explorar a ideia de que a mobilidade indesejada das espécies invasoras, ao se mostrar rebelde à conexão entre espaço, movimento e fronteiras polÃtico-jurÃdicas, interpela os limites dos estados não apenas no plano concreto, mas também no que se refere à s concepções e discursos mais canônicos sobre as (e das) formações estatais modernas.
This paper aims to explore some effects of the temporal and
spatial mobility of non-human living beings – particularly the socalled
alien invasive species – in regard to geographical, political
and legal boundaries of national states. By analyzing legal norms
and international agreements designed to prevent and control the
undesirable mobility of invasive species, it is argued that these
movements defy states physically as well as conceptually.